O sabiá-do-campo (Mimus saturninus) é uma espécie observada em áreas abertas de cidades, principalmente no Sul e Sudeste do Brasil. Apesar de ser uma ave familiar para muitos observadores, há algumas curiosidades que valem ser destacadas sobre o sabiá-do-campo. A começar pelo fato de a espécie não ser realmente um sabiá.
Diferente dos sabiás verdadeiros – sabiá-barranco, sabiá-laranjeira, sabiá-una entre outros –, o sabiá-do-campo não pertence à família Turdidae, e sim à Mimidae, da qual fazem parte também o sabiá-da-praia e a calhandra-de-três-rabos.
O porte da espécie pode remeter aos parentes distantes, porém é possível diferenciá-lo dos outros sabiás. Isso porque apresenta o pescoço e as pernas mais alongadas, o bico mais curvo e a cauda bem comprida.
O sabiá-do-campo possui o corpo acinzentado; o peito e o ventre são esbranquiçados. As penas das asas são mais escuras e a ave tem como principal característica para identificação uma longa faixa pós-ocular negra que contrasta com as outras tonalidades das penas. Macho e fêmea não se diferenciam e podem chegar a 26 centímetros de comprimento e pesar até 73 gramas.
Alimenta-se de insetos e frutos. É comum procurar comida enquanto caminha pelo solo.
A espécie é conhecida também por “arrebita-rabo” devido ao comportamento de levantar a cauda quando pousa ou para repentinamente ao caminhar no chão. Este hábito, portanto, pode indicar emoções da ave.
No período de reprodução, constrói o ninho em formato de tigela rasa em árvores ou arbustos. A fêmea põe até quatro ovos que são verde-azulados. Após 12 dias de incubação, os ovos eclodem. Os filhotes saem do ninho com 15 dias de vida, mas seguem alimentados pelos pais.
O sabiá-do-campo distribui-se por áreas campestres, podendo ser encontrado em locais abertos como parques e terrenos baldios. Ocorre do baixo Amazonas, Brasil Central, Nordeste, Leste e Sul até o Uruguai, Argentina, Bolívia e Paraguai.
Sabiá-do-campo alimenta filhotes (Vídeo: Ananda Porto/TG)