Perícia da Polícia Civil trabalha para identificar os corpos das vítimas do acidente com o ônibus na BR-116, em Teófilo Otoni, MG
Uma professora da rede municipal de Indaiatuba (SP) é uma das vítimas do acidente que deixou ao menos 41 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni, no Leste de Minas Gerais, na madrugada de sábado (21). Ela estava no ônibus que se envolveu no acidente com uma carreta e um carro.
A informação foi confirmada em nota pela Prefeitura de Indaiatuba. Segundo a administração municipal, Selma Soares de Jesus, de 42 anos, dava aula para o 3º ano na Emeb Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigrist. Não há informações de sepultamento.
Processo de identificação
A liberação dos corpos será feita a medida que as vítimas forem identificadas. Uma funerária, contratada pela empresa do ônibus envolvido no acidente, levará as vítimas para os destinos informados pelas famílias. As informações são da Emtram, empresa de ônibus responsável pelo transporte.
A polícia vai dar continuidade ao processo de identificação e de aviso às famílias. Não há informações sobre divulgação de lista dos nomes reconhecidos.
"Estamos dando todo o suporte as famílias neste momento de dor. Não só no transporte dos corpos, mas também no transporte de familiares, acomodação e apoio psicológico", informou a empresa responsável pelo transporte.
As vítimas estavam carbonizadas, e a identificação é feita por material genético cedido pelos familiares.
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Maior acidente desde 2007
A principal hipótese é de que o acidente foi causado por uma pedra de granito que se soltou de uma carreta. O motorista do veículo está com a habilitação apreendida há dois anos e não tinha autorização para dirigir. Ele é considerado foragido pela polícia.
De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), é a maior tragédia em estradas federais pelo menos desde 2007, início da série histórica disponível para consulta.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) afirmou que a BR-116 "está em boas condições de trafegabilidade". No trecho do acidente, havia um radar com limite de velocidade de 60 km/h. No entanto, o aparelho foi removido recentemente.
Segundo o Dnit, o contrato anterior de controle de velocidade foi encerrado devido ao término da vigência. O órgão, no entanto, não informou a localização e a quantidade de equipamentos nem quando eles foram retirados.
Ainda de acordo com a autarquia, uma nova empresa foi contratada para instalar e operar medidores eletrônicos de velocidade em Minas Gerais, e a expectativa é que os aparelhos estejam em operação no início de 2025.
"Antes que os novos equipamentos possam operar efetivamente, é necessário cumprir algumas etapas. Isso inclui a elaboração de estudo de viabilidade pelo DNIT, de estudos técnicos pela nova empresa, a aprovação desses estudos pelo DNIT, a instalação dos equipamentos e a aferição pelo Inmetro", disse, em nota.
O acidente
O acidente ocorreu na altura do km 285 da BR-116, em Lajinha, comunidade rural de Teófilo Otoni. A colisão aconteceu por volta das 3h30 e envolveu três veículos: um ônibus da empresa Emtram, um carro de passeio, e uma carreta carregada com bloco de granito (veja mais abaixo).
O ônibus havia saído do terminal do Tietê, em São Paulo, às 7h de de sexta-feira (20) com destino a várias cidades na Bahia, sendo a última parada no município de Elísio Medrado, a 230 km de Salvador.
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