Campinas tem o maior número de casos de coqueluche em 10 anos e bebês são maioria entre infectados

Em 2024 foram 64 ocorrência da doença; número só perde para 2014, quando foram 129.

Por Yasmin Castro, g1 Campinas e Região


Bebês de até 6 meses de idade são os mais suscetíveis aos casos mais graves da coqueluche — Foto: PA via BBC

A cidade de Campinas (SP) registrou em 2024 ao menos 64 casos confirmados de coqueluche, segundo dados do Ministério da Saúde. O índice é o pior desde 2014, quando a metrópole teve 129 infecções e uma morte pela doença.

Os dados se referem ao período de janeiro até o fim de novembro. Dentro dos últimos 10 anos, a doença esteve em baixa e não passava de dois caso anuais desde 2020. Porém, houve um aumento significativo nos últimos meses (confira a série histórica abaixo).

Casos de coqueluche em Campinas desde 2014
Fonte: Ministério da Saúde - Dados de 2024 se referem ao período de 1º de janeiro a 27 de novembro

Também conhecida como "tosse comprida", a coqueluche é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causa crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar através da tosse, espirros ou mesmo ao falar.

O cenário observado na metrópole corresponde aos índices do estado de São Paulo que, em 2024, teve o segundo pior número em uma década – perdendo apenas para 2014. Até o início de outubro, eram 858 casos e duas mortes. Em Campinas não foram registrados óbitos.

Bebês são maioria entre infectados

O levantamento aponta ainda que os bebês são maioria entre os infectados pela doença, representando 28,1% do total. Na sequência estão as pessoas com 30 anos ou mais, com 23,4%. Com relação ao sexo, 56% dos pacientes eram mulheres e 94% do total viviam em áreas urbanas.

Casos de coqueluche por faixa etária em 2024
Fonte: Ministério da Saúde

Alerta em todo o país

Neste ano, o Ministério da Saúde alertou para o reaparecimento da doença e aumento de casos. No dia 3 de junho, a pasta publicou uma nota técnica sobre a ocorrência da coqueluche no país e destacou a importância da vacinação.

A nota foi publicada depois de o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças divulgar que pelo menos 17 países da União Europeia e outras nações, como China, Estados Unidos e Israel, registraram aumento da doença.

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Vacinação

A principal forma de combate à doença no Brasil é a vacinação. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante é destinado a crianças, gestantes, puérperas e profissionais da saúde. Em Campinas, as doses estão disponíveis nos 68 postos da rede municipal.

As salas de vacinação funcionam de acordo com o horário de atendimento de cada unidade. Veja endereços, contatos e horários aqui. Para receber a dose basta comparecer ao posto de saúde com documento com foto.

Quais são os sintomas da coqueluche?

A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela ocorre principalmente em crianças e bebês menores de um ano de idade. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da coqueluche podem se manifestar em níveis. No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:

  • Mal-estar geral
  • Corrimento nasal
  • Tosse seca
  • Febre baixa

Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer:

  • Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
  • Tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
  • Crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo

Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Nesta fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês.

normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves em relação às crianças. A gravidade da doença também está relacionada à falta de imunidade e à idade. O tratamento é feito com antibióticos disponíveis nos serviços de saúde.

Estado registra crescimento no número de casos de coqueluche

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