Covid-19: Pfizer remaneja voo por 'questões logísticas' e não atinge 100 milhões de doses previstas em contrato com Brasil

Farmacêutica previa entrega de 4 milhões de doses em quatro voos neste domingo, mas última operação, com 1,1 milhão de imunizantes, acabou remanejada.

Por g1 Campinas e Região


Vacinas da Pfizer chegam ao Brasil por Viracopos — Foto: UPS

A Pfizer não atingiu a meta de entregar 100 milhões de doses da vacina contra Covid-19 do primeiro contato fechado com o governo brasileiro. Das 4 milhões de doses previstas para serem entregues neste domingo (3), três voos com 2.895.750 de imunizantes desembarcaram no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), mas a última operação do dia, com mais 1,1 milhão de doses, acabou remanejada por "questões logísticas".

Pelo acordo assinado em março de 2021, a farmacêutica americana deveria completar a entrega das 100 milhões de doses até o fim do terceiro trimestre (30 de setembro). No entanto, em comunicado, a empresa destacou que tratava o período até este domingo como mais uma semana logística e que isso "não representa atraso ou comprometimento na entrega da vacina".

A empresa não confirmou quando a carga de 1,1 milhão de doses que precisou ser remanejada chega ao Brasil.

Há um segundo contrato entre Pfizer e governo federal, assinado em 14 de maio, que prevê mais 100 milhões de vacinas entre outubro e dezembro.

Entregas do domingo

O primeiro dos três voos deste domingo pousou no terminal de Campinas às 5h35, carregado com 520.650 doses. O segundo, com 1,5 milhão de doses, aterrissou às 6h - essa operação esteve marcada inicialmente para ocorrer na sexta, mas acabou reprogramada pela empresa.

Ainda no período da manhã o aeroporto recebeu uma terceira aeronave carregada com 854.100 imunizantes.

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Entregas

A Pfizer utilizou o Aeroporto de Viracopos para todas as entregas ao Brasil até agora. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo a Pfizer, as doses enviadas ao Brasil são produzidas em duas fábricas nos Estados Unidos, Kalamazoo e McPherson, além de uma fábrica na Europa, Purrs na Bélgica.

A logística de entrega das doses ao governo federal conta com apoio da Receita Federal, Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Ainda no terminal de Viracopos, equipes da Receita desenvolveram um processo chamado desembaraço sobre nuvens, que permite a antecipação da conferência e liberação da carga - o processo entre a abertura da porta de carga do avião e liberação do caminhão ocorre em até 20 minutos.

Após a liberação em Viracopos, equipes escoltam o transporte rodoviário das doses até o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).

Que vacina é essa? Pfizer Biontech

Remessas entregues pelo acordo com o Ministério da Saúde

Entregas previstas

  • 1.140.750 doses (data a definir)

Entrega pelo consórcio Covax Facility

Armazenamento

No fim de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou novas condições de conservação e armazenamento para a vacina da Pfizer/Biontech, que agora pode ser mantida em temperatura controlada entre 2ºC e 8ºC por até 31 dias. A orientação anterior era de cinco dias.

Antes da liberação dos frascos para a vacinação, as doses da Pfizer precisavam ser armazenadas em caixas com temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Tais condições não permitiam que a vacina fosse enviada para municípios distantes mais que 2h30 da capital do estado.

Histórico

A vacina da Pfizer/BioNTech foi alvo de recusa e polêmicas dentro do governo federal. Ainda no ano passado, três ofertas formais para venda de 70 milhões de doses foram feitas pela empresa e ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.

Também em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.

A vacina foi a primeira a obter registro sanitário definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fevereiro deste ano.

O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 12 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. A vacina é a única que pode ser aplicadas em menores de 18 anos no Brasil.

Inicialmente a autorização da Anvisa permitia o uso a partir de 16 anos. Mas o órgão autorizou a mudança na bula da vacina no país. Entretanto, ainda não há perspectivas de vacinação dessa faixa etária no Brasil.

A ampliação da idade em adolescentes foi aprovada depois de a Pfizer apresentar estudos que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela agência.

Pfizer prevê atingir 89 milhões de doses entregues até domingo — Foto: Carla Cleto

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