A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru (SP) decidiu adiar a 44ª edição da Feira da Bondade, após o presidente da entidade, Roberto Franceschetti Filho, ser preso, na manhã de quinta-feira (15), por suspeita de envolvimento no desaparecimento da funcionária Claudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos, no dia 6 de agosto.
Segundo o site da instituição, a Feira da Bondade tem como objetivo captar recursos financeiros para a sustentabilidade dos diversos serviços prestados pela Apae em Bauru.
A Apae disse, em nota, que se surpreendeu com a notícia do envolvimento de Roberto no desaparecimento de Claudia e que o fato não tem relação com os serviços prestados pela entidade.
Além disso, foi confirmado que Roberto não faz mais parte do corpo diretivo e que Maria Amélia Moura Pini Ferro está na presidência da instituição. A entidade também informou que os atendimentos continuam normalmente em suas unidades.
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Prisão
Um sinal de celular confirmou que Roberto esteve no local onde o carro de Claudia, que pertence à entidade, foi encontrado.
O suspeito foi preso na quinta-feira, em casa, onde uma pistola calibre 380 também foi apreendida. A arma tem o mesmo calibre de um estojo que foi encontrado no veículo que Cláudia dirigia antes de desaparecer.
Roberto foi conduzido para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Bauru e ouvido no final da tarde. Nesta sexta-feira (16), ele teve a prisão temporária de 30 dias decretada após audiência de custódia e foi levado para delegacia de Pirajuí.
De acordo com a Polícia Civil, vestígios encontrados no veículo durante a perícia realizada no dia 7 de agosto, quando ele foi localizado, foram identificados como marcas de sangue. Uma das principais linhas de investigação é de que se trata de um homicídio.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Cledson Nascimento, no final da tarde de quinta-feira, foram feitas diligências em uma área de descarte de material da Apae, no bairro Pousada da Esperança, porém, nenhum corpo foi encontrado.
Em nota, a defesa de Roberto afirmou que ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação.
"Por conta de ter sido decretado segredo de Justiça no inquérito policial, eu não posso me manifestar sobre as investigações. A única coisa que posso te afirmar é que nosso cliente ainda não prestou depoimento até o presente momento e nós ainda não tivemos acesso ao conteúdo da investigação", afirmam os advogados Vanessa Mangile Leandro Pistelli e Lucas Matins.
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Desaparecimento
Imagens de câmeras de segurança da rua onde fica o prédio administrativo da Apae, na Rua Rodrigo Romeiro, registraram o momento em que Claudia caminha até o carro, que está estacionado na rua e pertence à entidade, com um envelope na mão (veja o vídeo abaixo).
A filha da secretária, Letícia da Rocha Lobo, contou que a mãe disse a uma colega de trabalho que iria sair para resolver coisas do trabalho e saiu sem levar a bolsa e o celular, um pouco antes das 15h.
Em entrevista ao g1, Letícia disse que não notou nada de diferente na mãe nos últimos dias. "Ela disse para a recepcionista que iria resolver umas coisas da Apae e voltava mais tarde, e até agora nada", contou.
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O carro foi localizado no início da tarde do dia 7 de agosto, estacionado na quadra cinco da Rua Alameda Três Lagoas na Vila Dutra, em Bauru.
O veículo ainda foi flagrado por câmeras de segurança transitando pela Avenida Nações Unidas, porém, não foi possível identificar o motorista.
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