Fenômeno da bioluminescência em algas é registrado em Balneário Camboriú
Algas coloriram o mar de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, com o fenômeno da bioluminescência. À noite, elas deixam um brilho azul na água.
O fenômeno é ativado quando há movimento na superfície do mar, um estímulo mecânico. No vídeo, é possível ver o brilho quando se joga uma rede ou move-se um objeto na água.
A filmagem foi feita na noite de quarta-feira (17) na Praia de Laranjeiras. O professor de oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Márcio Tamanaha explicou que as algas em questão são da espécie Noctiluca scintillans.
Durante o dia, elas deixam uma coloração alaranjada no mar, o que caracteriza a maré vermelha, quando há a proliferação dessas algas. Em Santa Catarina, a situação foi vista em Balneário Camboriú e Florianópolis.
O professor Tamanaha informou que amostras da água alaranjada foram colhidas para análises e monitoramento.
As microalgas encontradas não são reconhecidas por causarem problemas aos humanos em contato primário com a água, como banho por exemplo. A atenção está apenas para o consumo de moluscos cultivados nessas regiões (veja as orientações mais abaixo).
Grande escala
Segundo o oceanógrafo do IMA Carlos Eduardo Tibiriçá, a maré vermelha está ocorrendo praticamente em todo o litoral catarinense, desde o Rio Grande do Sul. "Evento de grande escala similar ao ocorrido no ano de 2016", destacou.
Há previsão, conforme o especialista, que o evento, que pode durar mais algumas semanas, chegue também ao Paraná e a São Paulo.
Balneário Camboriú registra 'Maré Vermelha'
As manchas avistadas são florações de dinoflagelados, popularmente, conhecidas como “Marés Vermelhas”. O especialista explicou que a multiplicação das algas ocorre por uma combinação de fatores meteorológicos e oceanográficos.
"Tivemos um outono muito chuvoso, condição que pode provocar esse tipo de evento, cuja duração pode perdurar por semanas ou até poucos meses”, disse.
Cuidados
A atenção dos moradores deve se voltar para o consumo de moluscos, como ostras e mexilhões, cultivados na região.
"É importante a partir de agora que a gente monitore, fique atento, e que a população basicamente se preocupe com a questão da alimentação com frutos do mar, especialmente moluscos bivalves. Esses moluscos podem acumular toxinas produzidas por esse micro-organismos", adverte.
A lista com moluscos afetados pela toxina pode ser encontrada no site da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).