Prefeito de Criciúma fala sobre noite de violência na cidade
O prefeito de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, Clésio Salvaro (PSDB), se manifestou sobre o ataque a um banco na madrugada desta terça-feira (1º). Em entrevista à Globonews, ele afirmou que o grupo que invadiu uma agência na cidade fugiu em comboio após intenso tiroteio (veja resumo ao final da reportagem).
“Ele saíram da cidade em forma de comboio. Não sei se são oito ou dez veículos em direção ao Sul do estado”, afirmou o prefeito.
Segundo Salvaro, reforços policiais de outras cidades foram acionados para procurar pelos assaltantes. Na ação, um policial militar foi atingido por um disparo. Ainda na madrugada de terça-feira, a Polícia Militar informou que um vigilante também havia sido baleado durante a ação criminosa. No entanto, mais tarde, segundo a PM, foi confirmado que nenhum profissional de uma empresa de vigilância foi ferido.
Agora, que eles foram embora, a polícia toda do Estado de Santa Catarina, está mobilizada. A inteligência toda da Polícia Militar e da Polícia Civil, todos estão mobilizados para capturar esses marginais que trouxeram esse medo, esse terror para nossa cidade de um povo que sabe mesmo é trabalhar. Agora, nos colocou todos em pânico. Uma cena surreal”, disse.
VÍDEO: Imagens mostram momento de tiroteio em Criciúma, SC
O ataque durou mais de uma hora em Criciúma, que tem cerca de 217 mil habitantes e fica a 203 km de Florianópolis, capital catarinense. Os suspeitos fizeram bloqueios em vários pontos da cidade, para frear a reação das polícias Civil e Militar. O som dos disparos foi ouvido principalmente na região central.
A Polícia Militar informou que o grupo chegou a incendiar um túnel na cidade de Tubarão, que dá acesso a Criciúma, para tentar impedir que reforços chegassem até o local dos assaltos. Eles também atacaram um batalhão da PM e atearam fogo a um veículo.
Vivemos uma experiência que certamente não sairá tão fácil da cabeça do povo criciumense, lamentavelmente de uma forma muito negativa”, afirmou Salvaro.
Segundo o prefeito, por volta das 2h30, todos os acessos já haviam sido liberados. “O nosso protocolo não é trocar tiro com os marginais, mas proteger a população. Então a polícia agiu de forma muito correta, colocando a vida das pessoas em primeiro lugar”, disse.
Após o ataque, os suspeitos abandonaram pelo menos um malote de dinheiro no local. Não é possível afirmar ainda a quantidade de dinheiro que os criminosos levaram. Peritos foram até o local para analisar supostos materiais explosivos.
Quadrilha assalta Banco do Brasil no Centro de Criciúma (SC)
“A informação que se tem é que foi um ataque muito bem planejado, muito bem ensaiado, bem pensado”, explicou .
Após o fim das ações, o prefeito circulou pela cidade, conversou com alguns moradores e um dos reféns que foi liberado depois do assalto.
“Depois que eles estão indo embora, a polícia e a inteligência testão indo atrás para recuperar o dinheiro e prendendo esses marginais, que são marginais preparados, capacitados, muito bem treinados, porque nós aqui, no Estado de Santa Catarina, notoriamente, no município de Criciúma, nós nunca tivemos algo parecido”, afirmou o prefeito.
Bandidos trocam tiros com a polícia após tentativa de assalto em Criciúma, SC
Resumo:
- Cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram uma agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma às 23h50 de segunda-feira. A ação durou 1 hora e 45 minutos.
- Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos; houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.
- Um PM e um vigilante ficaram feridos. Ninguém morreu.
- Criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. Valor levado e abandonado não foi calculado até as 7h30. Quatro moradores foram detidos após recolherem R$ 810 mil que ficaram jogados no chão devido a explosão durante o assalto.
- Criminosos também deixaram 30 quilos de explosivos para trás. Polícia não sabe o total utilizado.
- 10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma. Nove deles eram blindados. Segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), os veículos foram pintados de preto para camuflar.
- Em nota, o Banco do Brasil disse que funcionários não foram feridos, que não há previsão para reabertura da agência e que não informa "valores subtraídos durante ataque às suas dependências".
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