O Brasil sofreu mais uma baixa nas Olimpíadas de 2024. Darlan Romani, que faz parte da equipe de arremesso de peso e ficou em 4° lugar em Tóquio 2020, está fora dos Jogos de Paris. Uma avaliação médica encontrou uma hérnia de disco nele, e o atleta precisará fazer uma cirurgia.
André Guerreiro, médico da delegação brasileira, informou ao ge que a lesão é uma recidiva de uma hérnia nas vértebras L4 e L5, na lombar.
Essa hérnia já tinha sido tratada três anos e meio atrás, antes dos Jogos de Tóquio. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, a hérnia de disco foi a doença que mais causou afastamento do trabalho em 2023.
Entenda abaixo o que é a condição:
Como é a doença
A coluna do corpo humano tem 33 vértebras. Entre cada uma delas há um disco que tem um núcleo gelatinoso que funciona como um amortecedor. Quando há uma pressão maior sobre o disco, ele enfraquece e rompe. Se a hérnia toca o nervo, isso gera um inflamação que leva às dores.
A hérnia de disco é mais comum na região lombar, porém é mais perigosa na cervical. Até 80% dos casos são tratáveis, sem necessidade de cirurgia.
"Ela pode comprometer a medula como um todo. Então, se ela comprime a medula e gera alguma dificuldade de marcha, fraqueza de um braço, isso é grave. A gente precisa intervir rapidamente", informa Roberto Cisne, neurocirurgião.
Causas
A má postura, a falta de atividades físicas, a predisposição genética e o tabagismo são algumas das causas da hérnia de disco, que também pode aparecer em quem faz muito esforço e pega muito peso no trabalho ou faz exercício físico sem orientação adequada.
Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a predisposição genética é a principal causa da condição.
Sintomas
Os sintomas dependem da área comprimida da raiz nervosa e podem incluir:
- formigamento com ou sem dor;
- dor na coluna;
- dor na coluna e na perna (ou coxa);
- dor só na perna ou coxa;
- dor na coluna e no braço;
- ou dor apenas no braço.
Apesar disso, a hérnia de disco também pode não causar sintomas ou resultar em dor leve.
Diagnóstico
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o diagnóstico pode ser feito com base nos sintomas e no exame neurológico.
Exames como raio-X, tomografia e ressonância magnética ajudam a identificar o tamanho da lesão e a localização da hérnia na coluna.
Tratamento
As hérnias de disco na coluna lombar geralmente respondem bem ao tratamento conservador. Com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios, repouso e sessões de fisioterapia, a condição tende a melhorar.
"A fisioterapia é importantíssima. Não só a fisioterapia, como a acupuntura nesse processo inicial do tratamento. Quando o paciente tem apenas dor, a gente tenta tratar de forma medicamentosa", diz o neurocirurgião. "Quando a dor é muito refratária, tem uma capacidade menor de ação com medicações orais, a gente opta por infiltração".
Se a dor persistir por mais de 12 semanas mesmo com fisioterapia, remédios e infiltração, o caso pode ser cirúrgico.
"Nós temos exercícios de fortalecimento, por exemplo, do core, dos músculos do centro, os músculos do exercícios de, terapia manual. O pilates pode ser utilizado para pacientes com dor crônica", avisa José Vicente Martins, fisioterapeuta e professor de fisioterapia neurológica da UFRJ.
"É importante que o paciente se torne uma pessoa ativa o sedentarismo e repouso não ajudam em nada e o paciente tem que mudar também alguns hábitos", completa Martins.
E o caminho para a prevenção passa necessariamente por exercícios físicos.
"A atividade física não é mais facultativa, é obrigatória. Todo mundo tem que fazer", afirma Christiano Cinelli, ortopedista.
A escolha entre tratamento cirúrgico ou conservador depende da gravidade dos sintomas e do déficit motor.
A cirurgia é recomendada apenas quando o tratamento conservador não é eficaz ou em casos de compressão nervosa causada por um disco extravasado, já que a correção desse problema pode eliminar completamente a dor.
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