Pescadores de São Lourenço do Sul registram presença de piranhas na Lagoa dos Patos; VÍDEO

Palometas são vistas na bacia do Rio Jacuí há quase dois anos. Espécie teria chegado à região por meio de canais de irrigação ligando a bacia do Rio Uruguai às águas da metade leste do estado.

Por Augustine Timm, RBS TV Pelotas e g1 RS


Pescadores encontram piranha na Lagoa dos Patos

O avanço das palometas, como são conhecidas as piranhas-vermelhas, já é percebido na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Pescadores artesanais de São Lourenço do Sul, na Região Sul do estado, capturaram o animal em um ponto entre o município e Arambaré.

Em um vídeo, o pescador Marcelo Almeida de Freitas diz que dois peixes foram pescados. Veja acima.

"A piranha tá tomando conta da lagoa mesmo. 'Tamo' aqui na praia e pegamos duas piranhas", diz.

Uma fonte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disse ao g1 que os sinais indicam se tratar de uma palometa e que a presença do animal na Lagoa dos Patos já era esperada.

Segundo o diretor do Instituto de Meio Ambiente da PUCRS, professor Nelson Ferreira Fontoura, há uma grande possibilidade de haver o aparecimento da espécie na Lagoa dos Patos, tendo em vista que no ano passado houve registros de piranhas no Rio Jacuí. Segundo o professor a espécie vem da Bacia do Uruguai e que, neste período do ano, principalmente no verão, procura praias mais arenosas para desova.

O professor afirma que, eventualmente, podem acontecer acidentes com veranistas, mas essa é uma espécie menos agressiva. Com o passar do tempo, o animal pode desaparecer da lagoa. O problema mais sério será para pescadores, já que a piranha come peixes que já estão presos nas redes, explica o especialista. A orientação para pescadores é revisar as redes com mais frequência no momento da pesca.

Piranha capturada na Lagoa dos Patos — Foto: Reprodução/Marcelo Almeida de Freitas

De onde são

Da espécie Pygocentrus nattereri, as palometas medem de 20 a 30 centímetros de comprimento. De origem tropical, o peixe pode ser encontrado na Amazônia e no Pantanal. O ecossistema pantaneiro é a principal hipótese de origem dos animais. As piranhas teriam circulado pelos rios Paraguai e Uruguai, tendo chegado ao Jacuí e outras bacias do RS por meio canais de irrigação abertos em plantações.

Em abril de 2021, surgiram os relatos da presença das palometas no Rio Jacuí. Meses mais tarde, especialistas falavam na possibilidade do Guaíba, em Porto Alegre, já ter piranhas. Pescadores do Rio dos Sinos, na Região Metropolitana, já encontraram os peixes nas águas.

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