Sete das 10 linhas com mais reclamações por nível de serviço não aparecem no GPS 

Sem monitoramento, ônibus somem das ruas, mostra levantamento do Núcleo de Dados do Jornalismo da Globo. Série 'Fora do Ponto' tenta abrir a 'caixa-preta' do transporte público do Rio.

Por Felipe Grandin, Carolina Lomelino, Leandro Oliveira e Diego Haidar, G1 e TV Globo


Sete das 10 linhas com mais reclamações no 1746 da Prefeitura do Rio não aparecem no GPS, mostra levantamento do Núcleo de Dados do Jornalismo da Globo. Sem o monitoramento, os ônibus somem das ruas e deixam os passageiros a pé.

Ao longo de uma semana, a série 'Fora do Ponto' abre a caixa-preta do transporte coletivo do Rio de Janeiro e se aprofunda na crise dos ônibus. Leia também:

A reportagem cruzou os dados do GPS com as reclamações sobre ônibus no quesito nível de serviço - falta de veículos, intervalos longos, superlotação. O período analisado foi de setembro a novembro, o mesmo do último ranking de queixas divulgado pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR).

A conclusão é que a maioria das linhas mais reclamadas não estava sendo monitorada no período - ou não estava circulando.

A campeã de reclamações é a 865 (Pau da Fome - Taquara), do Consórcio Transcarioca. No período, recebeu 57 multas. Em seguida, vem a 702 (Praça Seca - Madureira), do mesmo consórcio, com 56 multas. Na terceira posição está a 806 (Boiuna - Taquara), que recebeu 27 multas.

Falta de veículos

A maior parte das reclamações por nível de serviço é de falta de veículos. Das 845 queixas recebidas de setembro a novembro, 749 tiveram esse motivo. Outras 69 foram por passar em ponto ou terminal diferente do determinado pelo governo municipal. E 29 por superlotação.

Houve ainda 7 reclamações por falta de ônibus noturno, uma por usar veículo diferente do determinado e outra por não cumprir o período de operação estabelecido para a linha.