Sete das 10 linhas com mais reclamações no 1746 da Prefeitura do Rio não aparecem no GPS, mostra levantamento do Núcleo de Dados do Jornalismo da Globo. Sem o monitoramento, os ônibus somem das ruas e deixam os passageiros a pé.
Ao longo de uma semana, a série 'Fora do Ponto' abre a caixa-preta do transporte coletivo do Rio de Janeiro e se aprofunda na crise dos ônibus. Leia também:
A reportagem cruzou os dados do GPS com as reclamações sobre ônibus no quesito nível de serviço - falta de veículos, intervalos longos, superlotação. O período analisado foi de setembro a novembro, o mesmo do último ranking de queixas divulgado pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR).
A conclusão é que a maioria das linhas mais reclamadas não estava sendo monitorada no período - ou não estava circulando.
A campeã de reclamações é a 865 (Pau da Fome - Taquara), do Consórcio Transcarioca. No período, recebeu 57 multas. Em seguida, vem a 702 (Praça Seca - Madureira), do mesmo consórcio, com 56 multas. Na terceira posição está a 806 (Boiuna - Taquara), que recebeu 27 multas.
Falta de veículos
A maior parte das reclamações por nível de serviço é de falta de veículos. Das 845 queixas recebidas de setembro a novembro, 749 tiveram esse motivo. Outras 69 foram por passar em ponto ou terminal diferente do determinado pelo governo municipal. E 29 por superlotação.
Houve ainda 7 reclamações por falta de ônibus noturno, uma por usar veículo diferente do determinado e outra por não cumprir o período de operação estabelecido para a linha.
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