Empresária denuncia racismo em loja e diz ter sido acusada de furto de vestido e perseguida em shopping

Jane Raquel diz que foi seguida por quase 40 minutos dentro do shopping e obrigada a abrir a bolsa no meio do shopping na frente de todo mundo. Ela foi ao local tentar comprar presente de Natal para a filha.

Por Francini Augusto, Thaís Espírito Santo, Rafael Avelino, RJ1


Empresária acusa funcionária de loja de shopping de racismo ao tentar comprar vestido de Natal para a filha

Uma mulher denunciou ter sido vítima de racismo durante as compras de Natal em uma loja de roupas de um shopping em Del Castilho, na Zona Norte do Rio.

Jane Raquel da Silva Pereira Ramos estava acompanhada das amigas e buscava um vestido para filha, quando parou em uma loja.

“Eu caminhando pelo shopping, eu passei em frente à loja, eu vi o vestido na primeira arara, logo na primeira fileira, que me chamou muito a atenção e nisso eu entrei, encostei somente na primeira peça da roupa, virei a etiqueta. Nisso que eu virei a etiqueta, eu já senti ela me olhando com olhar de discriminação”, afirmou.

A empresária decidiu procurar outras lojas, quando notou que estava sendo seguida.

“Eu percebi que cada andar que eu estava, cada parte do shopping, ela estava também, junto com o estoquista da loja. Mas em nenhum momento eu maldei que ela estava me perseguindo. Depois eu fui entender que nesse período todo ela estava me perseguindo”, contou.

Jane diz que a dupla a acompanhou por pelo menos 40 minutos, até que a funcionária a abordou afirmando que ela havia colocado um vestido dentro da bolsa. Ela teve que abrir a bolsa na frente de todo mundo.

Depois da confusão, outros clientes chamaram a polícia e disseram que Jane deveria fazer um boletim de ocorrência. Ela foi levada para a delegacia de Inhaúma, onde o caso foi registrado como calúnia.

"A minha vida virou de cabeça pra baixo porque fim de ano eu tinha que estar bem, trabalhar, e eu não estou conseguindo. É uma coisa que a gente nunca imagina que vai acontecer com a gente. Literalmente, mexe com o nosso emocional, a gente não tem cabeça pra nada. Até quando a gente vai sofrer isso?", questionou e empresária.

Em nota, a loja disse que se solidariza com a cliente e que a vendedora envolvida não faz mais parte do quadro de funcionários. A loja também afirmou que abriu uma sindicância interna para apurar outros colaboradores que também possam ter participado da ação de forma inadequada.