Paraná tem queda de 9,2% em assassinatos
Em 2023, 1.922 pessoas foram vítimas de assassinato no Paraná. O número é 9,2% menor que o registrado em 2022, quando o estado teve 2.116 mortes violentas.
Os números consideram o acumulado de homicídios dolosos (incluindo feminicídios), latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte.
O dado foi revelado nesta terça-feira (12) pelo Monitor da Violência, projeto do g1 que observa mês a mês os registros de mortes violentas em todos os estados.
A iniciativa é desenvolvida em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Individualmente, em todos os crimes analisados, o Paraná também apresentou queda.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) atribuiu a diminuição de mortes ao fato da Polícia Militar realizar constantemente o patrulhamento preventivo e ostensivo em todas as regiões do estado.
"Com essa intensificação, as forças de segurança passaram a realizar a presença ostensiva das polícias nos locais mais violentos, com o intuito de diminuir o índice de homicídios e demais crimes. A presença nessas áreas cria uma proximidade com a população, que se sente mais segura para denunciar. Tudo isso com intuito de combater a criminalidade e garantir a segurança dos paranaenses."
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O Paraná no contexto nacional
Na lista dos 26 estados mais o Distrito Federal, o Paraná aparece em 8º lugar no acumulado de número de mortes violentas. Foram 16,8 assassinatos a cada 100 mil habitantes.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado é o quinto mais populoso do país, com 11,4 milhões de habitantes.
Confira os estados que mais registraram crimes violentos em 2023, segundo o monitor:
Estados com mais mortes violentas em 2023
ESTADO | 2023 | TAXA (100 MIL HB) | VARIAÇÃO 2022 | POPULAÇÃO | |
1º | Bahia | 4.848 | 34,3 | -4,1 | 14.141.626 |
2º | Pernambuco | 3.518 | 38,8 | +5,5 | 9.058.931 |
3º | Rio de Janeiro | 3.388 | 21,1 | +7,4 | 16.055.174 |
4º | São Paulo | 2.977 | 6,7 | -10,2 | 44.411.238 |
5º | Ceará | 2.970 | 33,8 | 0,0 | 8.794.957 |
6º | Minas Gerais | 2.700 | 13,1 | +3,7 | 20.539.989 |
7º | Pará | 2.068 | 25,5 | -13,7 | 8.120.131 |
8º | Paraná | 1.922 | 16,8 | -9,2 | 11.444.380 |
- Especial: Mapa mostra assassinatos mês a mês
- Metodologia: Entenda a pesquisa para o Monitor da Violência
Entre os três estados do Sul do país, o Paraná, que também o estado mais populoso do grupo, foi o que registrou a maior diminuição de crimes violentos.
Ao mesmo tempo, também foi dos três o que mais registrou homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
Mortes violentas no Sul do país em 2023
ESTADO | HOMICÍDIOS | LATROCÍNIOS | LESÃO CORPORAL | VARIAÇÃO (2022) |
PARANÁ | 1.837 | 51 | 34 | -9,2% |
RIO GRANDE DO SUL | 1.732 | 40 | 24 | -8,4% |
SANTA CATARINA | 573 | 12 | 17 | -6,2% |
Assassinatos no Brasil também apresentaram queda
No Brasil, segundo o Monitor da Violência, 21 unidades federativas registraram queda de assassinatos, cinco tiveram alta e uma permaneceu neutra – o Ceará, que teve o mesmo número de mortes de 2022.
Em 2023, o número total de mortes no Brasil foi de 39.492, 4% a menos que o registrado no ano anterior à pesquisa. A taxa de morte foi de 19,4 a cada 100 mil habitantes.
Levantamento periódico é encerrado
O levantamento periódico dos assassinatos é um dos projetos do Monitor da Violência, criado em 2017 pelo g1 em parceria com o FBSP e NEV-USP.
Naquela época, o Governo Federal não tinha uma ferramenta que permitisse à sociedade – jornalistas, pesquisadores, gestores públicos e demais cidadãos – acompanhar, de forma atualizada, os dados sobre homicídios do país. O único levantamento nacional era o do FSBP, divulgado no segundo semestre de cada ano.
A divulgação dos dados pelos estados também não era padronizada, e não havia uma frequência definida.
A partir da parceria, as centenas de jornalistas do g1 espalhados pelo país passaram a levantar junto aos estados dados sobre as mortes violentas ocorridas mês a mês, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e das assessorias de imprensa dos governos.
Esse trabalho contribuiu para aumentar a transparência e a precisão das informações sobre segurança pública divulgadas no Brasil e, em 2024, o Governo Federal passou a publicar os dados de crimes violentos em um painel interativo com informações de todos os estados.
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Os dados do Governo Federal, embora usem uma metodologia diferente da do Monitor (por incluir, por exemplo, mortes suspeitas e encontro de corpos e ossadas, que podem não ser homicídios), apontam para um cenário semelhante, de redução de 4% nas mortes violentas em 2023.
Esse aumento na transparência levou o g1 e os parceiros a decidirem encerrar o levantamento periódico das mortes violentas.
"O Monitor da Violência teve e tem um papel estratégico para a discussão de vários temas sensíveis da agenda da segurança pública, a exemplo dos dados sobre redução e esclarecimento de homicídios, letalidade e vitimização policial, sistema prisional, violência contra mulheres, entre outros. Afinal, a experiência internacional revela que é a partir da ação intensa de disseminação de informações fidedignas e qualificadas que políticas públicas são provocadas e gestores se mobilizam", afirmam Renato Sérgio de Lima e Samira Bueno, diretores do FBSP.
A decisão não significa o fim do Monitor da Violência – apenas do levantamento periódico de assassinatos, diante de um cenário em que dados nacionais e atualizados sobre esses crimes estejam disponíveis para a população.
A parceria seguirá em outras iniciativas, como tem acontecido desde 2017. Nesse período, entre outras coisas, o Monitor da Violência realizou reportagens sobre
- Solução de investigações de homicídios;
- Letalidade policial e mortes de policiais militares;
- Feminicídios;
- Roubos de carro no Estado de SP;
- Impacto da decisão do STF que permitiu a substituição da prisão preventiva por domiciliar de grávidas e mulheres com filhos pequenos;
- Propostas para a segurança pública de candidatos à Presidência da República.
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