A escritora e ativista bell hooks morreu nesta quarta-feira (15) aos 69 anos. “A autora, professora, crítica e feminista fez sua transição cedo, de casa, rodeada de familiares e amigos”, escreveu a família dela em um comunicado.
Ela estava doente e rodeada de amigos e familiares quando morreu, de acordo com a sobrinha, Ebony Motley.
hooks, que nasceu Gloria Jean Watkins, publicou seu primeiro livro de poemas "And There We Wept" sob seu pseudônimo em 1978.
O nome artístico, escrito inteiramente com letras minúsculas, era uma homenagem à bisavó.
Mais de 40 livros
Depois, ela escreveu mais de 40 livros publicados em 15 idiomas diferentes. Os temas tratados por ela eram feminismo, racismo, cultura, política, papéis de gênero, amor e espiritualidade.
No Brasil, ganhou destaque por meio da publicação de obras traduzidas como "Olhares negros: raça e representação", "Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade" e "O feminismo é para todo mundo".
Uma das escritoras feministas e teóricas mais importantes de sua geração, ela era capaz de escrever ensaios com tom político, mas também bem pessoal.
Nesses textos, ela poderia também analisar clipes de Madonna ou a representação de negros americanos no cinema.
Watkins frequentou escolas segregadas no Condado de Christian, depois foi para a Universidade de Stanford na Califórnia e fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin.
O doutorado em literatura, por sua vez, foi na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
O trabalho de bell hooks já foi descrito como "a redefinição do feminismo". Para o jornal "Washington Post", ela conseguiu ampliar um movimento que muitas vezes era visto principalmente como associado a mães e esposas brancas, de classe média e alta.