Atores e desenvolvedora falam sobre 'Star Wars Outlaws'
Uma das franquias mais populares do mundo pode estar sofrendo com seus filmes e suas séries, mas tem um dos jogos mais aguardados de 2024 em "Star Wars Outlaws".
Para chegar a esse nível, o game lançado nesta sexta-feira (30) para Xbox Series X/S, PlayStation 5 e computadores precisou unir a promessa de uma liberdade quase total para os jogadores com o submundo da galáxia muito, muito distante.
O projeto para o game de ação – com toques de RPG – em terceira pessoa, que coloca o público na pele de uma personagem nova e de seu pet fofinho surgiu na Massive Entertainment há cerca de quatro anos.
Na época, a desenvolvedora sueca já era conhecida pelos dois "The Division" e fazia parte do portfólio da gigante francesa Ubisoft.
Com tamanho sucesso no gênero, e o reforço de sua matriz, a equipe procurou o estúdio responsável pela franquia criada por George Lucas com um sonho e três palavras: "mundo aberto" e "vigaristas" ("scoundrel", no original, o tipo de "classe de RPG" do qual Han Solo seria o maior representante).
O timing era dos melhores. A Lucasfilm – e sua dona, a Disney – buscava mesmo expandir a participação da franquia nos games.
Em 2019, "Star Wars Jedi: Fallen Order", da EA, mostrava que o público não havia perdido o interesse depois do fracasso de "Star Wars Battlefront 2", dois anos antes.
Com a aprovação, a Massive deu início ao desenvolvimento do que é conhecido como "o primeiro game de mundo aberto de 'Star Wars'" com a ambição de mostrar o submundo criminoso da série, um pouco mais afastado do grande embate entre luz e sombra, império e rebeldes.
Segundo o diretor de narrativa do game, Navid Khavari, a Lucasfilm ajudou a guiar a a equipe dentro da mitologia gigantesca da franquia, mas "nunca impôs limites".
"Nunca ouvimos a palavra 'regras'", afirma ele em entrevista ao g1 durante evento para a imprensa em Los Angeles, que recebeu jornalistas de diversos cantos do mundo.
"Sempre nos motivaram a ir mais longe a mostrar novos lados da galáxia e de personagens conhecidos, como Jabba."
Equilíbrio no crime
Em "Outlaws", o jogador controla a fora da lei freelancer Kay Vess. Iniciante na carreira de vigarista interplanetária, ela precisa equilibrar relações entre diferentes organizações criminosas.
Com a ajuda de um pequeno e fofo pet alienígena – cujos bonecos vão vender feito água se der tudo certo – e de um androide mal encarado, ela busca o roubo perfeito que vai tirá-la da mira de um grande vilão de uma vez por todas.
Para dar vida a Kay, a Massive tem a atriz venezuelana Humberly González ("Ginny e Georgia"). Mais do que vestir a roupa de captura de movimento e dublar a anti-heroína, a jovem vê na personagem um reflexo de si mesma.
"Acho que muitas das qualidades dela se conectaram com quem eu sei como uma pessoa. Ela é encantadora, é esperta, é uma oportunista. Ela é confiante, e às vezes há esse senso de confiança falsa, no qual ela finge até ser verdade. Definitivamente tenho muito disso."
Aliás, ela não só atuou como a personagem uma vez para a captura dos movimentos. Depois de todo o processo, no qual interagiu com o resto do elenco, ela descobriu que precisaria recriar tudo sozinha, porque a câmera não gravou as reações de seu rosto.
Atire primeiro em Mos Eisley
Desde o começo, "Outlaws" mostra que quer levar os jogadores para lados menos conhecidos de cenários famosos da franquia. Tanto que, depois de começar em uma cidade-cassino de "Os últimos Jedi" (2017), a aventura logo segue para planetas como Kijimi e o clássico Tatooine, lar da família Skywalker.
"Quando eu imaginei esse jogo no começo, era uma questão de entrar na cantina de Mos Eisley, em 'Uma nova esperança', e ver todos aqueles alienígenas incríveis. Como os aqualish, por exemplo. E imaginar quais eram suas histórias", conta a roteirista-chefe do jogo, Nikki Foy.
"Então, poder interagir com eles, fazer um game no qual você pode entrar na cantina, entrar em uma rua povoada de Kijimi, ver momentos, passar o tempo e fazer escolhas sobre com o que vai interagir, o que vai ouvir, o que vai perseguir, esse é o casamento entre um ótimo jogo de mundo aberto e o universo 'Star Wars'."
E se alguém duvida da admiração sincera dos desenvolvedores pela franquia, pode ficar tranquilo. No dia seguinte ao evento, Foy e Khavari, foram à Disneyland e gastaram centenas de dólares para criar seus próprios itens clássicos da série.
Ela escolheu um sabre de luz com detalhes em dourado que evocavam os visuais da Alta República. Já ele, que tinha construído uma das "armas elegantes" anos antes, se contentou com um pequeno bot de controle remoto no estilo de R2-D2.