"Avatar: Frontier of Pandora" não deixa de ser um marco na mudança recente no gênero de games baseados em filmes.
Por décadas, as adaptações eram temidas pelo público, acostumado a produtos terríveis por causa de desenvolvimentos corridos para lançamentos próximos às estreias nos cinemas.
Aconteceu inclusive em "Avatar: The game", de 2009, lançado apenas alguns dias antes do primeiro filme com críticas divididas – por assim dizer.
A reação foi tão adversa que foram necessários 12 anos – e mais de US 5 bilhões em bilheterias – para que o cineasta James Cameron, criador de toda a mitologia da franquia, lançasse uma nova tentativa de levar Pandora para os jogos eletrônicos.
Dessa vez, a coisa tem sido diferente. Não só na mudança de uma perspectiva na terceira pessoa para a visão em primeira de "Frontiers of Pandora", mas também ao pensar no game como algo próprio, paralelo aos filmes.
A Massive Entertainment, desenvolvedora por trás de "Frontiers of Pandora", começou a trabalhar no jogo por volta de 2017, quando o projeto foi anunciado para o mundo.
Desde então, o público viu o lançamento de uma bem-sucedida continuação nos cinemas no final de 2022 – e quem esperava um lançamento conjunto ficou decepcionado.
O novo game só foi dar as caras, em computadores, PlayStation 5 e Xbox Series X/S, no último 7 de dezembro.
"Tivemos um relacionamento muito próximo com a Lightstorm (produtora de Cameron) durante todo o caminho e foi uma alegria e uma honra tão grandes receber a confiança com um universo como esse", diz em entrevista ao g1 a diretora do jogo, Ditte Deenfeldt.
"Tivemos acesso aos melhores cérebros para nos ajudar a descobrir as melhores maneiras de fazer trazer esse mundo à vida. Porque você realmente quer acertar, certo?"
Assista ao trailer de 'Avatar: Frontiers of Pandora'
Um novo Na'vi
A história do game se passa entre os acontecimentos do primeiro filme e "O caminho da água" (2022). Nele, o jogador pode criar a aparência de seu próprio personagem, um Na'vi raptado e criado por humanos como parte de um programa militar.
Ao acordar depois de 15 anos em animação suspensa, o protagonista descobre que foi abandonado e precisa explorar uma região desconhecida de Pandora, se reconectar às suas raízes e enfrentar a organização que o sequestrou.
Para isso, além de controlar a agilidade e a força características desse povo, tem acesso a uma série de habilidades especiais e equipamentos – tanto das tribos que conhecer, quanto dos humanos que tentam dominar a lua.
"A coisa mais importante para nós era oferecer a experiência mais imersiva possível, na qual você sente que está em Pandora e pode chegar bem perto não só das criaturas, mas das plantas – e a melhor forma de fazer isso era em primeira pessoa", afirma Deenfeldt.
Por mais que o mundo – ou lua, como é o caso do cenário de "Avatar" – da franquia seja tão rico, e compreensivelmente um dos principais atrativos para o público, a diretora gosta de lembrar que há mais em "Frontiers of Pandora", do que fauna e flora.
Ela destaca o esforço dado a reproduzir a experiência de voar livremente com os ikrans, aqueles animais voadores dos filmes, e ação. Este é um jogo desenvolvido pelos criadores dos dois "The Division", afinal.
"Uma das coisas que estou mais animada é o tipo de combinação e dinâmica entre os lados da ação e da aventura. Temos umas seções de combate rápido e intenso que você pode escolher, mas há também experiências pacíficas na natureza que me trazem muito prazer", fala ela.
"É quando a bioluminescência começa a aparecer, ou quando a noite lentamente se vai e você assiste ao sol nascer. Temos muitas oportunidades para momentos calmos assim. Estou muito animada para ver como os jogadores vão reagir."