O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou nesta sexta-feira (8) a discussão com ministros para tentar fechar um conjunto de medidas de corte de gastos que visa equilibrar as contas públicas.
A reunião se estendeu por toda a tarde – mas, assim como ocorreu ao longo da semana, terminou sem entrevistas ou anúncios.
O governo ainda não fechou o pacote que deverá ser enviado ao Congresso Nacional, e ainda não informou quando pretende anunciar as medidas e enviar o projeto.
Nesta sexta, foram convocados nove ministros de pastas que tratam da área econômica e social, além de outros nomes do governo. Veja lista abaixo:
- Fernando Haddad, ministro da Fazenda
- Rui Costa, ministro do Casa Civil
- Simone Tebet, ministra do Planejamento
- Esther Dweck, ministra da Gestão
- Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria
- Camilo Santana, ministro da Educação
- Luiz Marinho, ministro do Trabalho
- Nísia Trindade, ministra da Saúde
- Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação
- Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil
- Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda
- Bruno Moretti, secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil
- Jorge Messias, advogado-geral da União, ;
- Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Debate acalorado
Desde segunda-feira, quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou uma viagem internacional para tratar das medidas, que operadores do mercado financeiro aguardam o anúncio do governo federal.
Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendem um plano de redução de despesas para manter o arcabouço fiscal, a atual regra das contas públicas.
As propostas avaliadas, no entanto, encontram resistência de ministros que não desejam perder recursos em suas áreas. Na quarta-feira (6) à noite, Haddad afirmou que faltavam detalhes para fechar o plano, porém Lula ainda não decidiu quais medidas pretende adotar.
🚨 Economistas alertam há meses que não será possível equilibrar as contas públicas baseado, em especial, no aumento de arrecadação. Por isso, a necessidade de reduzir gastos.
Camarotti: Lula está calculando o desgaste político com corte de gastos
De janeiro a setembro, as contas do governo registraram déficit de R$ 105,2 bilhões, segundo o Tesouro Nacional.
🔎O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário.
O resultado negativo de janeiro a setembro está longe da meta fiscal do governo, de zerar o déficit em 2024. Ou seja, equilibrar despesas e receitas.
O governo espera superávit nos últimos meses do ano para compensar o saldo negativo até o momento. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o resultado de outubro deve ser positivo em cerca de R$ 40 bilhões.