Demitido após denúncias de assédio sexual, Silvio Almeida é quinta baixa no governo Lula

Antes de o ministro dos Direitos Humanos deixar Esplanada dos Ministérios, Gonçalves Dias, Ana Moser e Daniela Carneiro foram exonerados. Dino deixou Justiça para assumir vaga no STF.

Por g1 — Brasília


Ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania), em São Paulo, em 26 de julho de 2024. — Foto: RODILEI MORAIS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O agora ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, demitido após denúncias de assédio sexual, é a quinta baixa na Esplanada dos Ministérios neste terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Antes de Silvio Almeida, os ministros Gonçalves Dias (Segurança Institucional), Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esporte) foram exonerados ainda em 2023, primeiro ano do governo.

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

A última saída antes da demissão de Silvio Almeida ocorreu no início de 2024, quando Flávio Dino, que chefiava o Ministério da Justiça, deixou a função para, indicado por Lula, assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

O nome do substituto de Silvio Almeida, nos Direitos Humanos, ainda não foi definido pelo presidente da República. A secretária-executiva da pasta, Rita Cristina de Oliveira, assume o cargo interinamente.

Relembre as trocas no primeiro escalão do governo desde janeiro de 2023:

  • Sai: Gonçalves Dias. Entra: Marcos Amaro
  • Sai: Daniela Carneiro. Entra: Celso Sabino
  • Sai: Ana Moser. Entra: André Fufuca
  • Sai: Flávio Dino. Entra: Ricardo Lewandowski

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Gonçalves Dias/ Marcos Amaro

A permanência do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 era alvo de questionamentos por uma ala do governo.

Nos bastidores, aliados de Lula apontavam falhas do ministério que permitiram os episódios de vandalismo na Praça dos Três Poderes, especialmente no Palácio do Planalto.

Também havia quem suspeitasse de que Gonçalves Dias, general da reserva do Exército, pudesse fazer vistas grossas com militares envolvidos nas articulações golpistas – o que não se confirmou.

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A situação do então ministro ficou insustentável após a divulgação de um vídeo no dia 19 de abril em que ele aparece no Palácio do Planalto no dia da invasão à sede do Executivo.

As imagens mostram Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando pelo prédio enquanto este era invadido naquele domingo.

Depois que as imagens vieram à tona, o militar pediu demissão e foi exonerado. Para o seu lugar, foi escolhido o também general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos, que permanece no cargo.

Daniela Carneiro/ Celso Sabino

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Para aumentar a base aliada no Congresso Nacional, o presidente Lula atendeu a uma demanda do Centrão e, após semanas de impasse, retirou Daniela Carneiro (União Brasil) do Ministério do Turismo em julho de 2023.

A escolha de Daniela como ministra foi uma decisão pessoal de Lula em razão do apoio dela e do marido – o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos) – à candidatura do petista em 2022 na Baixada Fluminense.

Entretanto, Daniela não contava com o respaldo da bancada do União Brasil no Congresso. A ministra inclusive chegou a dar início a um processo de desfiliação da legenda, o que não se concretizou.

Os parlamentares do União Brasil pressionaram o governo pela troca, e Celso Sabino (União-PA) foi nomeado para o Ministério do Turismo.

Ana Moser/ André Fufuca

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Em setembro de 2023, também com o objetivo de conquistar mais apoio do Centrão no Congresso, Lula promoveu uma minirreforma ministerial.

Desta vez, o petista retirou do Ministério do Esporte a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, para colocar André Fufuca (PP-MA), que até ser oficializado ministro era deputado federal influente no Centrão.

Ana Moser deixou o governo lamentando a forma como a política é feita no Brasil.

Além da mudança na pasta do Esporte, nessa minirreforma ministerial, Lula criou mais um ministério, o das Micro e Pequenas Empresas.

A nova pasta foi ocupada por Márcio França (PSB), que até então chefiava o Ministério de Portos e Aeroportos, para o qual foi indicado Silvio Costa Filho (Republicanos), outra pedida do Centrão.

Flávio Dino/ Ricardo Lewandowski

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Ainda em 2023, em novembro, Lula indicou o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) aberta com a aposentadoria de Rosa Weber.

Como indicados para o STF precisam ser sabatinados e aprovados pelo Senado para tomar posse, enquanto o trâmite era ajustado, Dino permaneceu no Ministério da Justiça até 31 de janeiro.

Em seu lugar, assumiu o ministro aposentado da Suprema Corte Ricardo Lewandowski, que foi anunciado para a função em meados de janeiro deste ano.