Por Pedro Figueiredo

Repórter da GloboNews no Congresso Nacional

Governo sinaliza com 'emenda panetone' para ajudar na aprovação do pacote fiscal

g1 e GloboNews — Brasília


Placa indica acessos ao Congresso Nacional — Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Diante da dificuldade em aprovar o pacote fiscal, o governo está oferecendo aos deputados que votarem a favor das medidas uma emenda extra: R$ 5 milhões.

A verba faz parte do orçamento discricionário (não obrigatórios) da saúde para o ano que vem. Aqueles que votarem com o governo terão direito a indicar o valor a municípios de sua escolha.

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A medida ganhou um apelido nos corredores da Câmara: "emenda panetone", numa referência aos tradicionais presentes de fim de ano.

O problema é que, nesse caso, o panetone só chega no ano que vem. E isso tem desagradado parlamentares que dizem que o governo está pedindo voto agora para pagar pré-datado.

"A gente precisa dar o voto agora, pra receber no ano que vem num orçamento que ainda nem foi aprovado", disse um deputado ao blog.

Dificuldade de votação

A articulação do governo está com dificuldade de aprovar as medidas do pacote de gastos.

Ainda há pontos de resistência junto ao Congresso como mudanças no abono salarial e um dispositivo para limitar os supersalários.

Nesta quarta-feira (18), o relator de um dos projetos do pacote de corte de gastos, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), apresentou seu parecer.

Bulhões também excluiu mudanças no reajuste do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).

Dessa forma, ele acabou por desidratar o texto enviado pelo governo, justamente o que o governo temia, por afetar o efeito do corte. O mercado acompanha de perto as movimentações no Congresso.

O objetivo do pacote de corte de gastos é manter o cumprimento das regras aprovadas no novo arcabouço fiscal, que regula o crescimento das despesas públicas.

Mas o temor de que a contenção de despesas seja insuficiente tem levado à queda na Bolsa de Valores e à alta na cotação do dólar.

Votação adiada

A votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que restringe o acesso ao abono salarial foi adiada para esta quinta (19) depois que a votação de uma emenda não atingiu 308 votos — o quórum necessário para a aprovação.

A emenda de preferência, votação obrigatória quando uma PEC é apensada à outra, necessitava apenas de maioria simples. E conseguiu 294 votos a favor. Mas foi um alerta de que poderia não haver votos suficientes para aprovar o mérito da PEC.