Camarotti: Liberação de emendas devem ajudar pauta no Congresso
"Não pode cair na conta da Câmara o preço do dólar", disse um líder partidário ao blog. O sentimento de corpo falou mais alto depois que o mercado financeiro começou a avaliar que o Legislativo não estava contribuindo para o ajuste fiscal.
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) é um importante interlocutor do mercado. É considerado um interlocutor confiável. E ao longo dos últimos dois anos, a Câmara contribuiu para garantir um contraponto às demandas de investidores não contempladas pelo governo.
Porém, com o impasse das emendas parlamentares, deputados emitiram sinais de que não iriam ajudar o governo a aprovar o pacote fiscal, o que piorou o ambiente já deteriorado.
Líderes se uniram para aprovar o primeiro projeto na terça (17). O PSD, que andava se estranhando com o governo depois que o Planalto rifou as chances de Antônio Brito (PSD-BA) ser presidente da Câmara, entregou 75% dos votos.
A orientação para toda a bancada foi votar a favor. Mesmo com deputados insatisfeitos por só terem de espaço na Esplanada o Ministério da Pesca.
O MDB, que está em lua de mel com o governo, também garantiu 33 votos dos 44 deputados do partido - 75%. O líder Isnaldo Bulhões, inclusive, é o relator do projeto que dificulta as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) que deve ser analisado nesta quarta (18).
Já PP e Republicanos, com apenas um ministério cada, entregaram 80% dos votos cada. Os partidos do atual e do futuro presidente da Câmara mandaram o recado ao mercado de que toda medida fiscalista terá o apoio da casa.
A exceção ficou por conta do União Brasil. Quase metade da bancada (47%) votou contra a medida de ajuste. Com três ministérios, a bancada do partido na Câmara caminha cada vez mais para a oposição, com a chance de escolher um líder contrário ao governo para o próximo ano.
O texto do projeto de lei complementar ainda terá que passar pelo Senado. E, se modificado, volta para a Câmara. Nesta quarta (18), deputados analisam os dois projetos mais polêmicos do ajuste: o projeto de lei que restringe regras do BPC e do Bolsa Família; e a PEC que mexe com o abono salarial.