O Congresso Nacional prepara os ajustes finais no projeto que tentará, mais uma vez, dar transparência às emendas parlamentares.
O formato do texto deve ser concluído ainda nesta segunda, para que seja apresentado até o fim da semana ao governo e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Relator do Orçamento do ano que vem, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) deve se reunir no fim da tarde com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para acertar os pontos da proposta.
"Os técnicos do Orçamento se reúnem agora de manhã e aí, no fim do dia ou à noite, apresento a proposta a Lira e Pacheco. A ideia é apresentar ao governo e ao ministro [do STF] Flavio Dino esta semana”, disse Coronel.
"Queremos votar na semana que vem, após segundo o turno das eleições", disse o relator do orçamento.
Dino mantém suspensas emendas de orçamento secreto
Busca de consenso
Coronel, Lira e Pacheco tentam costurar um texto consensual com o governo para apresentar um projeto que dê mais transparência às emendas, incluindo a identificação da autoria de cada indicação.
O projeto ainda está sendo construído – e o encontro foi convocado para regrar, ponto a ponto, a transparência da execução orçamentária. Em agosto, governo e Congresso anunciaram um acordo para entregar esse projeto ao STF, o que nunca aconteceu de fato.
A reunião nesta segunda foi confirmada ao blog pela assessoria de Coronel. Arthur Lira, no entanto, tem compromisso logo cedo em São Paulo – ou seja, o encontro pode ser adiado se o parlamentar não voltar pra Brasília a tempo.
No último dia 10, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino classificou como "inviável" o restabelecimento da execução de emendas parlamentares com característica de orçamento secreto.
A decisão do ministro envolve emendas de relator e de comissão, consideradas de pouca transparência.
As chamadas emendas impositivas apresentadas por deputados e senadores ao Orçamento da União também estão suspensas até que o Congresso edite regras que garantam transparência na transferência dos recursos.
A decisão do ministro foi tomada após uma audiência com técnicos do Executivo, Legislativo, Ministério Público e partidos que questionaram no Supremo as regras para a execução das emendas.
Segundo o ministro, diante da resistência do Congresso em prestar informações e garantir a transparência, não é possível retomar a liberação das emendas, "o Poder Legislativo deixou de apresentar objetivamente, em audiência, informações específicas, completas e precisas que permitissem aferir o cumprimento do acórdão e estabelecer cronograma para ações futuras".