Governo libera compra de 1 milhão de toneladas de arroz após inundação histórica no RS

Ministro da Agricultura afirma que o arroz pronto para consumo deve ser comprado de países do Mercosul. Medida tem como objetivo evitar desabastecimento e aumento de preços.

Por Andréia Sadi, Matheus Moreira


MP autoriza Conab a comprar 1 milhão de toneladas de arroz após inundação no RS

O Governo Federal liberou a compra de 1 milhão de toneladas de arroz após produtores do Rio Grande do Sul perderem parte da produção por causa da inundação histórica que aflige o estado, disse Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, em entrevista ao Estúdio i nesta quarta-feira (8).

A medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública brasileira, a fazer a compra deve ser publicada ainda nesta quarta.

Na terça, Fávaro disse que o arroz deve ser comprado de produtores do Mercosul. "É arroz pronto para consumo, já descascado, para não afetar a relação de produtores, cerealistas e atacadistas."

A Conab é uma empresa estatal que tem como função auxiliar o governo federal na tomada de decisões sobre políticas agrícolas.

Uma das áreas de atuação da Conab é a regulação do abastecimento interno por meio do estoque de produtos, como o arroz, evitando a oscilação dos preços.

"[A liberação] não significa que se vai comprar 1 milhão de toneladas, porque como eu disse, o Brasil e praticamente autossuficiente. Não queremos concorrer, abaixar o preço dos produtores, mas não podemos deixar também haver desabastecimento e subirem os preços nas gôndolas dos supermercados"

Quando comprado, o arroz será distribuído pelo governo para pequenos mercados, segundo o ministério.

O ministro disse ainda que as consequências da calamidade no Rio Grande do Sul podem afetar o resto do Brasil "pela quantidade produzida pelo RS de 70% da demanda brasileira".

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Segundo reportagem do g1, preocupação com a oferta do cereal existe por causa de 6 fatores:

  1. o Brasil consome internamente quase todo arroz que produz e 70% dele vem do RS.
  2. a estimativa era de que, na safra atual, o país somasse 10,6 milhões de toneladas do cereal; com as enchentes no Sul, o montante pode cair para menos de 10 milhões.
  3. antes da chuva histórica, o mercado já previa problemas na oferta de arroz neste ano porque a temporada começou com os menores estoques do grão em quase duas décadas e o plantio no RS atrasou por causa das enchentes de 2023.
  4. a expectativa era de que o RS contribuísse com 7,5 milhões de toneladas nesta safra, mas 800 mil toneladas podem estar agora debaixo d'água.
  5. antes da tragédia, 80% do arroz do estado já tinha sido colhido. Mas alguns silos onde a produção está armazenada também foram atingidos pelas enchentes.
  6. além disso, o estado está com problemas para transportar o arroz que já foi colhido após destruição de estradas.