Entender o funcionamento do cérebro de uma criança pode ser benéfico para os pais, que podem acalmar as expectativas em cima do desenvolvimento dos filhos.
A partir dessa maior compreensão, dá para entender com maior clareza as reações e os comportamentos dos pequenos — aprendendo, consequentemente, a lidar da melhor forma com situações desafiadoras.
Esse processo pode ajudar os pais a não enxergarem os filhos como mini adultos e a reconhecerem todas as etapas pelas quais as crianças passam.
Uma das convidadas do episódio #17 do Escuta que o filho é teu, Maya Eigenmann, pedagoga, educadora parental e criadora de conteúdo digital, lembra que o desenvolvimento do cérebro só é completo muito depois da infância.
"O córtex pré-frontal, a região mais evoluída do nosso cérebro, a região responsável pela nossa regulação emocional, começa a amadurecer a partir dos 3 a 4 anos de idade. E o cérebro só fica completamente maduro por volta dos 25 anos de idade. De cara descartamos a hipótese de 'mini adultos'. Então, talvez estejamos com algumas expectativas desalinhadas. (...) Diante dessa informação, isso nos ajuda a olhar para a criança com o direito dela poder ser criança. Ela precisa poder ser criança, porque se atropelamos esse processo, se aceleramos esse processo, estamos indo literalmente contra a natureza humana", diz Maya.
Morgana Secco, mãe da Alice, garotinha famosa da internet, também participou da conversa e lembrou que respeitar o tempo de desenvolvimento das crianças não só alivia a pressão da maternidade, como também ajuda a tirar das crianças as expectativas criadas pelos pais, especialmente na comparação com outras crianças:
"Eu me preocupo em fazer as pessoas refletirem sobre não fazerem essas comparações, seja com a Alice, seja com outras crianças, porque é injusto com todas elas. Se fossemos distribuir estatisticamente quando cada criança começa a desenvolver cada coisa, vai ter criança em diferentes patamares e está tudo normal. (...) Não vai ser igual para cada criança, muda de acordo com a personalidade, os interesses, o ambiente em que ela vive. Até de um filho para o outro, vai ser diferente. E se as mães estiverem conscientes disso, elas vão sofrer menos, porque a comparação na maternidade é muito forte"
Apresentado por Karina Godoy e Natalia Ariede, o podcast Escuta que o filho é teu tem episódios semanais.