As 24 horas depois do estupro. A Fernanda achou que já tinha passado pelo pior, mas ainda enfrentou uma peregrinação por delegacia, IML e hospital.
Horas e horas com a mesma roupa que vestia quando foi atacada, contando e recontando em detalhes o que aconteceu, em meio a exames íntimos e profissionais despreparados para lidar com a situação.
Mesmo quando conseguem superar tudo isso e falar, a denúncia pode não dar em nada. É o que vemos na história das irmãs Iara e Iracema, na Ilha do Marajó. O pai chegou a ser foi preso por estupro, mas pouco tempo depois já estava de volta em casa. Quando Ana Paula Araújo chega lá, com um delegado, uma ativista, e um jornalista, para entrevistar o acusado, uma surpresa: os abusos não só continuaram. Pioraram. As vítimas decidem sair dali imediatamente. Só resta saber se todos cabem no pequeno barco.
O podcast Abuso parte da história de Fernanda, uma jovem que foi estuprada no Rio de Janeiro, para narrar outros casos de violência sexual contra mulheres.
Abuso estreou na semana passada no Globoplay, no g1 e na Deezer. A jornalista Ana Paula Araújo mergulhou neste tema para publicar o livro "Abuso: A cultura do estupro no Brasil" (Globo Livros), que ganha sua versão em podcast, com seis episódios, publicados sempre às quintas-feiras.
Segundo dados da Pesquisa Nacional da Saúde (PNS), divulgada em maio deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, cerca de 9% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência sexual na vida.
Produzido pelo Jornalismo da Globo, o podcast tem roteiro da Rádio Novelo.
Para denunciar e buscar ajuda em casos de violência contra a mulher, ligue 180.