Presidente da Câmara Municipal de Ipojuca é afastado por suspeita de 'rachadinha'

Deoclécio Lira (Republicanos) e 13 funcionários do gabinete dele foram afastados das funções em meio à Operação 'Fetta', deflagrada nesta terça-feira (5).

Por g1 PE


Câmara Municipal de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco — Foto: Elvys Lopes/TV Globo

O vereador suspeito de praticar "rachadinha" na Câmara Municipal de Ipojuca, no Grande Recife, é o presidente da Casa, Deoclécio Lira (Republicanos). Segundo informações apuradas pelo g1, o parlamentar e outros 13 funcionários que trabalhavam no gabinete dele foram afastados por meio de uma medida cautelar da Justiça de Pernambuco.

A Operação "Fetta" foi deflagrada nesta terça-feira (5) pela Polícia Civil. O nome da operação significa "fatiado" em latim. Durante a ação, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão em Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e em Juazeiro (BA).

O g1 procurou a Câmara Municipal de Ipojuca, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno. Também tenta contato com o vereador Deoclécio Lira. Já o partido Republicanos disse que só vai se pronunciar sobre o caso quando tiver acesso aos autos das investigações.

Segundo a Polícia Civil, a investigação teve início em janeiro de 2023 com o objetivo de identificar e desarticular uma organização criminosa ligada aos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, que é o roubo ou desvio de dinheiro pelo funcionário público responsável por ele.

Entenda o caso

Esquema de rachadinha é investigado em Câmera de Vereadores de Ipojuca

Em entrevista coletiva, o delegado Paulo Furtado, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), contou que o esquema envolvia "rachadinha", quando um servidor devolve parte de seu salário a seu superior hierárquico ou alguém responsável pela recolhimento dos valores (veja vídeo acima).

"Iniciou-se a investigação do fato, que chegou à autoria, e restou comprovado, devidamente demonstrado, que ele contratava assessores e solicitava que esses referidos assessores passassem parte dos valores percebidos. E esses valores recebidos, ele muitas vezes desviava para pessoas jurídicas, visando lavar o dinheiro. [...] Visando ocultar a origem dos valores, ele desviava para as pessoas jurídicas", afirmou.

Entre os alvos dos mandados, estão, além do vereador, funcionários comissionados da ativa e outros que já tinham sido exonerados durante a legislatura. Os nomes das pessoas investigadas não foram divulgados pela Polícia Civil. No cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a polícia apreendeu munições, documentos, celulares e outros dispositivos.

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