O governo de Mato Grosso do Sul pretende em janeiro de 2025 o novo edital de concessão dos 870 quilômetros de rodovias que compõem a chamada Rota da Celulose. A informação foi revelada na manhã desta sexta-feira (20), pelo governador Eduardo Riedel (PSDB), durante apresentação do balanço da atividade industrial do estado, pela Federação das Indústrias (Fiems).
Segundo Riedel, a equipe do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) do governo do estado deve fazer um plantão neste fim de ano para fazer ajustes no projeto de concessão de trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das federais BR-262 e BR-267, que compõe a Rota da Celulose.
A concorrência pública tem como objetivo a concessão dos serviços públicos de recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade dos trechos dessas estradas. O projeto recebeu o nome de Rota da Celulose, em razão de concentrar as vias utilizadas no transporte de matéria-prima e no escoamento da produção das indústrias instaladas no Vale da Celulose, no leste do estado.
Riedel revelou que a expectativa é que após a publicação do novo edital, o projeto volte para leilão na B3, em São Paulo, no mês de abril. Ele comentou que o fato da primeira tentativa de leilão, no início de dezembro, não ter tido interessados também pode ser analisado por um viés positivo, já que o momento da econômica em que ocorreu o certame não era favorável, além de ter também a concorrência de outros projetos viários.
O governador assegurou que a estrutura do projeto não será alterada na revisão do edital que está em curso. “Não foi diminuído ou aumentado um quilômetro sequer de qualquer ação que venhamos fazer. Temos uma discussão em relação ao ‘timing’, por exemplo, da construção dos viadutos sobre as passagens de ferrovias. São seis, ao custo de R$ 50 milhões cada, totalizando R$ 300 milhões no Capex [despesa de capital] do projeto, e vamos jogar para frente, até porque a ferrovia não esta operacional. Desse modo, ajudamos a reequilibrar o projeto para frente. Não é necessário, portanto, que seja no segundo ano do contrato, como estava previsto”.
Da mesma maneira, o governador citou a obrigatoriedade da duplicação do trecho da BR-262, entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo. “Dividimos do segundo ano, que estava muito concentrado, para o segundo e o terceiro, em termos de investimento, principalmente nessa duplicação, a qual é a maior demanda inicial, pelo maior fluxo, 20 mil veículos passando diariamente por ali”.
"Esses são os pontos centrais, sem mexer em preço de pedágio, e sem mexer no projeto original, mas deslocando algumas ações e preservando a TIR [Taxa Interna de Retorno], que é o que vai dar atratividade para o projeto. E o momento, por isso a decisão, junto com o Ministro, de fazer agora, porque do meio do ano para frente também, vão ter uma série de outros projetos chegando por parte do Governo Federal. E a gente tem conversado com o mercado e eles receberam muito bem também o que a gente faça agora de pronto”, concluiu Riedel.
Confira abaixo os trechos que compõem a Rota da Celulose:
- BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas;
- BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu;
- MS-040 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo;
- MS-338 entre Santa Rita do Pardo e entroncamento da MS-395;
- MS-395 entre o entroncamento da MS-338 e Bataguassu.
O contrato de concessão da Rota da Celulose será de 30 anos.