Sarna e furúnculo: surto de doenças atinge 500 detentos no maior presídio de MS

Para tentar controlar a situação, a direção da unidade prisional pediu intervenção da OAB diante dos órgãos públicos vinculados à saúde e Execução Penal.

Por Thais Libni, g1 MS — Mato Grosso do Sul


Detentos da Penitenciária Estadual de Dourados. — Foto: Reprodução

A Penitenciária Estadual de Dourados (PED), maior presídio de Mato Grosso do Sul enfrenta um surto de furúnculos e sarna. Até o momento, cerca de 500 detentos, dos 2,4 mil internos, estão infectados. Ou seja, a cada cinco detentos, um está doente.

Para tentar controlar a situação, a direção da unidade prisional pediu intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), diante dos órgãos públicos vinculados à saúde e à Execução Penal.

As informações sobre o surto foram reveladas pela própria OAB, depois que o responsável pela Comissão de Direitos Humanos, Jefferson Faria, visitou o presídio, convidado pelo diretor da unidade, Rangel Schveiger.

“A situação é alarmante e demanda ação imediata. Estamos trabalhando em estreita colaboração com a direção da PED e os órgãos competentes para garantir que medidas efetivas sejam tomadas para conter essa situação de risco à saúde dos presos”.

Enquanto a Ordem dos Advogados auxilia nas medidas emergenciais e nos pedidos de intervenção aos órgãos públicos para providenciar medicamentos, atendimento médico e outras medidas necessárias para conter do avanço da doença; dentro da unidade os policiais já iniciaram os procedimentos para minimizar o contágio.

Segundo a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a higienização e sanitização pontual das celas já foi realizada, além da reativação da lavanderia para limpeza das roupas, pessoais e de cama dos internos, que é feita pelos próprios presos.

“Além disso, foi solicitado junto à Vara Criminal de Dourados a aquisição de colchões para a troca dos que estão contaminados, bem como substituição de uniformes de internos no local de maior incidência”.

Doenças

A sarna é uma doença parasitária e extremamente contagiosa, transmitida pelo contato direto ou através do uso de roupas contaminadas. Já o furúnculo é uma infecção de pele, geralmente causada por bactéria.

De acordo com a Agepen, os presos estão recebendo atendimento médico na Unidade Básica de Saúde Prisional.

Confira a nota na íntegra:

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário informa que ao identificar a presença de escabiose e proliferação de furúnculos em internos da Penitenciária Estadual de Dourados, providências imediatas foram tomadas. Dentre elas, a higienização e sanitização pontual, a reativação da lavanderia para limpeza das vestimentas e roupas de cama dos apenados, realizada por internos da própria unidade. Além disso, foi solicitado junto à Vara Criminal de Dourados a aquisição de colchões para a troca dos que estão contaminados, bem como substituição de uniformes de internos no local de maior incidência. Importante destacar que o presídio conta com uma Unidade Básica de Saúde Prisional, a qual é pactuada pela PNAISP e gerida pela Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Secretaria Municipal, onde é responsável pelos atendimentos com a equipe multidisciplinar e oferecimento de medicamentos necessários. Além disso, uma resposta rápida e eficaz foi realizada para que a contaminação não se alastrasse a toda a unidade penal, com apoio da Diretoria de Operações da Agepen e da direção da PED. Para reforçar a importância de se manter um ambiente limpo, principalmente neste tempo de calor extremo, a Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen, por meio da Divisão de Assistência à Saúde Prisional realizou um Manual de Boas Práticas. A medida visa priorizar o trabalho de conscientização e servirá como informativo de orientação tanto para os gestores, servidores e reeducandos. Para o suporte na ação de combate à proliferação da contaminação, foi solicitado ainda, apoio junto a órgãos ligados à execução penal, dentre eles, Ministério Público. O objetivo é realizar uma força tarefa na dedetização e apoio na aquisição de produtos de limpeza, colchões e cobertores necessários.

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