Primeiro-ministro da França pede demissão
O primeiro-ministro da França Michel Barnier pediu demissão, horas depois de uma votação na Assembleia Nacional que o havia afastado do cargo.
Barnier vai permanecer no cargo de forma interina enquanto o presidente Emmanuel Macron escolhe um sucessor.
Em um pronunciamento à nação nesta quinta-feira (5), Macron disse que o país não pode ficar parado e que vai anunciar um novo primeiro-ministro nos próximos dias.
Nomes cogitados incluem o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, e o do Interior, Bruno Retailleau. Muitos franceses se perguntaram neste dia se tamanha turbulência política significaria o fim do mandato de Macron. Não.
O presidente não é constitucionalmente afetado pela queda do primeiro-ministro. E nesta quinta-feira (5), Macron voltou a dizer que o seu mandato para governar é de 5 anos e que ele ficará até o fim. Ou seja, 2027.
O orçamento elaborado por Barnier, que desagradou à esquerda e à direita e levou a uma improvável aliança para removê-lo, já não vale mais.
Um novo precisa ser aprovado antes do próximo dia 20 de dezembro Depois disso, o governo terá que recorrer a medidas temporárias para garantir a continuidade dos serviços públicos.
A situação levanta uma questão: se um político veterano, com reputação de ser cortês e conciliador, como Barnier, não conseguiu aprovar um orçamento – quem conseguirá?
O impasse na Assembleia Nacional simplesmente não tem fim à vista. Nenhum dos três principais grupos políticos tem maioria e nenhum parece disposto a trabalhar com o outro.
Marine Le Pen disse hoje que governo algum se sustentará sem o apoio do partido de extrema-direita dela.
Como Macron já antecipou as eleições parlamentares uma vez esse ano, ele só poderá fazer isso de novo a partir de julho de 2025. A crise política francesa vai longe.
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