Aquecimento dos oceanos atinge nível inédito nos estudos científicos; pesquisadores culpam a queima de combustíveis fósseis

Cientistas alertaram para uma das consequências de todo esse calor: o mundo está prestes a passar pelo quarto branqueamento em massa dos recifes de coral no Hemisfério Sul, que poderá ser o pior da história do planeta.

Por Jornal Nacional


Oceanos atingem temperatura mais alta já registrada

Os oceanos atingiram a temperatura mais alta já registrada pelos cientistas. E eles afirmam que o aquecimento dos mares e de todo o planeta é causado pela queima de combustíveis fósseis.

Fevereiro de 2024 marcou o nono mês consecutivo de recorde de calor na Terra. Foi o fevereiro mais quente já visto na história. Cientistas do Observatório Europeu para Mudanças Climáticas fizeram esse anúncio considerando a temperatura média do ar em todo o planeta: 13,54º C -- quase 2º C acima da média pré-industrial.

O Observatório também verificou recorde nos oceanos. A temperatura média global da superfície do mar atingiu 21,06º C. O diretor do Observatório da União Europeia, Carlo Buontempo, disse que isso representa impactos diretos no ecossistema marinho, na pesca, em tudo que está relacionado à vida nos oceanos.

No início da semana, cientistas alertaram para uma das consequências de todo esse calor: o mundo está prestes a passar pelo quarto branqueamento em massa dos recifes de coral no Hemisfério Sul, que pode ser o pior da história do planeta. Nesse processo, os corais ficam desbotados e mais suscetíveis a doenças, tornando todo o ecossistema mais frágil. 25 % da vida marinha, de alguma forma, depende dos corais.

“As alterações climáticas seguem se acentuando porque continuamos emitindo gases do efeito estufa na atmosfera", explica Carlo Buontempo.

Temperaturas mais altas que o normal têm sido uma realidade em várias partes do mundo, mas o que está acontecendo na Europa chama atenção. O atual inverno europeu, que está quase terminando, foi o segundo mais quente desde que esse tipo de levantamento começou a ser feito no continente.

Um outro relatório divulgado nesta quinta-feira (7) pela ONG independente Climate Central traz mais sintomas da emergência climática. Nos últimos meses, aproximadamente 80% da população mundial - 6,7 bilhões de pessoas - foram expostas a um calor fora do normal ligado às mudanças do clima.

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