Desmatamento prejudica a alimentação dos peixes que ajudam no reflorestamento em MT

Segundo pesquisadores, o desmatamento e a presença de usinas hidrelétricas na região norte do estado estão destruindo a mata ciliar da Bacia do Tapajós - só há troncos secos, sem árvores frutíferas para alimentar os peixes.

Por Jornal Hoje


Ações do homem ameaçam alimentação de peixes que dispersam sementes

O matrinxã é um dos peixes conhecidos como jardineiro. Os pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estudam, há uma década, como esse peixe ajuda no reflorestamento de áreas devastadas - na época de cheia, ele espalha pelos rios, através das fezes, sementes que vão brotar quando as águas baixarem.

No entanto, as ações do homem têm prejudicado a alimentação desses chamados "peixes jardineiros" em Mato Grosso.

Segundo pesquisadores, o desmatamento e a presença de usinas hidrelétricas na região norte do estado estão destruindo a mata ciliar da Bacia do Tapajós, que é o quinto maior afluente da Bacia Amazônica. Só há troncos secos, sem árvores frutíferas para alimentar os peixes.

"Quando tinha muita mata ciliar, tinha muito fruto, ele se alimentava mais. Com a formação do reservatório da usina e alteração da paisagem da vegetação nativa, não sobrou mais muita coisa para o peixe matrinxã e para os outros também", destaca Liliane Stedile de Matos, doutora em Ecologia e Conservação da Biodiversidade.

Desmatamento prejudica a alimentação dos peixes que ajudam no reflorestamento em MT — Foto: Reprodução/ TV Globo