Como escolher uma fragmentadora de papéis

Quantidade de páginas que podem ser destruídas ao mesmo tempo e tipo de partícula gerada pelo produto fazem a diferença na hora da compra.

Por Henrique Martin, g1


3 dicas para usar uma fragmentadora de papel

No cinema, é comum a cena de funcionários de uma embaixada destruindo maços de documentos confidenciais por conta de uma invasão inimiga. Os papéis viram pedacinhos em instantes.

Na realidade, não é bem assim. Dá para usar uma fragmentadora de papel, mas ela não vai ser tão rápida como nos filmes. Afinal, os modelos domésticos esquentam com o uso contínuo e precisam de um descanso.

Esses produtos ajudam a destruir qualquer tipo de documento com dados sensíveis que você tenha em casa.

Podem ser contas antigas, faturas do cartão de crédito que ainda chegam pelo correio ou até mesmo impressões de trabalho que não precisam ir inteiras para o lixo, por uma questão de privacidade.

Não dá para esquecer das etiquetas de caixas de todo tipo de coisa comprada na internet.

O Guia de Compras selecionou 7 fragmentadoras para usar em casa ou na empresa.

Os preços variavam de R$ 120 a R$ 170 nos modelos portáteis e de R$ 450 a R$ 4.500 nos aparelhos de maior porte, com cesto.

Veja a lista a seguir e, ao final, saiba no que ficar de olho na hora da compra de uma fragmentadora.

Modelos de pequeno porte/portáteis

Ibratele Portátil USB
  • Corte em tiras
  • 1 folha dobrada com até 11 cm de largura
  • Sem cesto
Makeda Fragmentadora de Mesa
  • Corte em tiras
  • 1 folha A4 dobrada por vez
  • Funciona com pilhas ou ligada no USB

Modelos com cesto

Aurora AS810SD
  • Corte em tiras
  • Até 8 folhas simultâneas
  • Cesto com 12 litros de capacidade
Countertech 1815C
  • Corte em partículas
  • Até 15 folhas simultâneas
  • Cesto com 18 litros de capacidade
Fellowes DS-1
  • Corte em partículas
  • Até 11 folhas simultâneas
  • Cesto com 18 litros de capacidade
Multi OF005
  • Corte em tiras
  • Até 5 folhas simultâneas
  • Cesto com 11 litros de capacidade
Tilibra GBC Auto 150X
  • Corte em partículas
  • Alimentador automático de até 150 folhas
  • Cesto com 44 litros de capacidade

No que prestar atenção na hora da compra

QUEM PRECISA TER UMA: “O produto é para quem se preocupa com proteção de dados”, explica Douglas Takahashi, gerente de produtos da Tilibra.

“Desde que a Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor no Brasil, aumentou a demanda pelo equipamento e uma preocupação do cuidado com os dados”, afirma.

Os modelos encontrados nas lojas on-line vão de fragmentadoras pessoais, de baixa capacidade (entre 6 e 10 folhas simultâneas), a itens usados por empresas para destruir grandes quantidades de papelada por ciclo de uso, com recursos de segurança para evitar roubo de documentos.

VEJA A VOLTAGEM: fragmentadora não é bivolt. Cheque se é 127V ou 220V antes de comprar.

TAMANHO E QUANTIDADE: O mais comum é encontrar modelos de fragmentadoras com largura de papel sulfite tamanho A4, o mais comum usado em cartas e boletos – com um cesto para recolher os resíduos.

Na hora da escolha, vale verificar se ela consegue destruir mais folhas por vez – até 10 é o recomendado para uso doméstico. Se colocar mais folhas que o indicado, a máquina pode "entupir".

Uma fragmentadora mais cara, indicada para quem precisa destruir mais papelada ao mesmo tempo, pode ter uma bandeja com alimentador automático de papel para dezenas ou centenas de folhas e recursos avançados de segurança, como uma gaveta protegida por senha.

No geral, quase todas as máquinas permitem destruir papéis grampeados, sem precisar retirar antes.

A única ressalva aqui é retirar os grampos antes apenas, para não misturar materiais caso o papel picado vá para reciclagem.

As fragmentadoras também têm um limite de tempo de uso por ciclo de destruição de papeis.

Como saber? Tem um indicador que se acende no painel ou a máquina desliga sozinha após um tempo de uso.

A parte superior, com as engrenagens, costuma ficar bem quente ao atingir o período máximo de uso indicado pelo fabricante, que pode ser de 3 a 10 minutos – podendo chegar a 20 minutos –, dependendo do produto.

Depois de um tempo de descanso, que varia para cada equipamento, a fragmentadora pode voltar a ser usada.

NÍVEIS DE SEGURANÇA: Os fabricantes informam o nível de destruição dos documentos em distintos níveis de proteção, indicados por classificações técnicas com a letra P e um número de 1 a 7.

“O nível varia de acordo com a confidencialidade da informação”, comenta Priscila Cavalcanti, gerente de produtos da Multi.

Uma coisa é destruir etiquetas de entregas e papeis com contas, outra é destruir dados financeiros, contábeis ou jurídicos de uma empresa.

As classificações também se dividem com o tipo de partícula gerada pela fragmentadora. São elas:

Tiras – é a fragmentadora que despedaça os papeis em tiras mais longas, com corte apenas na vertical.

Resíduos em tiras — Foto: Henrique Martin/g1

As tiras, porém, podem permitir algum tipo de leitura posterior. É a que tem o nível mais baixo de segurança e pode ter as classificações P1 e P2. Uma folha A4 gera 39 tiras de papel, de acordo com os fabricantes.

São os modelos mais baratos, encontrados nas lojas entre R$ 400 e R$ 600 (valores pesquisados em junho).

Partículas – são as trituradoras que cortam o papel em partículas, com corte na horizontal e na vertical ao mesmo tempo.

Papel destruído em partículas — Foto: Henrique Martin/g1

Em vez de uma longa tira, ela aumenta o número de partículas geradas por folha, cortando as tiras em pedaços menores. As classificações de segurança são P3 e P4.

Uma folha A4 gera 400 partículas, em média.

Seu preço em junho ficava na faixa dos R$ 900 a R$ 1.100 (11 a 15 folhas simultâneas) a R$ 4.500 (com gaveta para armazenar 150 folhas com alimentador automático de papel).

Microcorte – é a fragmentadora com maior nível de segurança (P5, P6 ou P7) que transforma o papel em pedacinhos minúsculos, como confete de carnaval ou menor. Uma folha A4 pode gerar em torno de 3.700 partículas.

Papel destruído com microcorte fica menor que moeda de R$ 1 — Foto: Tilibra/Reprodução

São as máquinas mais caras – podem chegar a mais de R$ 10 mil – e indicadas para uso em empresas.

PODE DESTRUIR PAPELÃO? Não.

No geral, uma fragmentadora doméstica aguenta apenas papel simples, no limite máximo de folhas por vez, que varia de produto para produto.

Também dá para destruir papéis acartonados mais grossos, como credenciais de eventos, por exemplo.

Papelão é mais grosso e pode danificar o produto, não sendo indicado para uso em nenhuma fragmentadora pessoal.

Modelos mais antigos de fragmentadoras vinham com uma segunda ranhura para inserir CDs (que não são mais usados para armazenar dados) ou até mesmo cartões de crédito – que deve passar sem problemas por uma fragmentadora moderna.

COMO FAZER MANUTENÇÃO Fragmentadoras podem, ao longo do tempo, ficar com pedaços de papel presos nas engrenagens – alguns modelos contam com um modo reverso, que tenta trazer os itens “atolados" de volta pela abertura superior.

Para evitar isso, o recomendável é sempre seguir as regras do fabricante: usar pelo tempo indicado e o máximo de folhas ao mesmo tempo compatível com o modelo.

Também ajuda manter o cesto limpo e no limite máximo de resíduos – se o cesto encher além do limite, a máquina também pode parar de funcionar e "entupir" com partículas.

Se entupir, pode ser necessário levar a fragmentadora para a assistência técnica. Tentar limpar por conta própria pode levar a ferimentos pelo contato com as lâminas presentes nas engrenagens.

É possível usar óleo de máquina ou mesmo folhas específicas (vendidas por R$ 20 a R$ 30 nas lojas da internet) para lubrificar as engrenagens, mas nem todo fabricante indica o uso desses produtos – sempre cheque no manual de instruções.

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