Além do coador: prós e contras de outros métodos para começar o dia com café

Extração a frio, prensa francesa, cafeteira italiana... conheça alternativas para mudar o sabor do cafezinho em casa – e escolha grãos especiais para melhorar a experiência.

Por Henrique Martin, g1


Guia de Compras: estilos de café — Foto: Gisele Ramalho/g1

Beber café é uma experiência cotidiana que corre o risco de ficar monotemática – aquele mesmo tipo de grão tradicional, comprado no supermercado e extraído do mesmo modo todos os dias, no filtro de papel ou de pano.

Descobrir novas máquinas, acessórios ou mesmo outros tipos de café – como os especiais – pode aprimorar a degustação e levar a encontrar sabores e aromas diferentes a qualquer hora.

Extrações geladas, como o "cold brew", e quentes, como a prensa francesa, ressaltam notas e aromas que são difíceis de perceber em um coado comum, por exemplo.

Três dicas, de acordo com especialistas consultados pelo g1, já ajudam a deixar o café coado em casa mais gostoso:

  • 💧Sempre utilizar água mineral ou filtrada.
  • 🎁 Escolher cafés especiais e prestar atenção se a torra e a moagem são recentes.
  • 🥵 Evitar ferver a água – manter entre 92°C e 98°C (quando as bolhas começam a aparecer no fundo da panela).

Ferver a água não vai queimar a bebida – o grão já passou por um processo de torra antes de chegar ao filtro. Mas a temperatura mais alta ajuda a extrair mais componentes do café, que nem sempre têm um sabor agradável, como fumaça – por isso é possível ter a impressão de estar "queimado".

O Guia de Compras separou uma lista com os prós e contras de métodos de extração com máquinas e filtros, além de grãos especiais em diversos formatos (pó, cápsulas e até mesmo solúvel, que pode ser usado para fazer drinks diferentes).

Os produtos custavam entre R$ 25 e R$ 7.300 nas lojas da internet consultadas em julho. Os grãos ficavam entre R$ 20 e R$ 160.

A lista inclui:

Veja os produtos a seguir e os prós e contras dos métodos para fazer café.

Máquinas de espresso

Máquinas de espresso e cápsulas de café têm ajudado o consumidor a ter acesso a novos tipos do produto — Foto: Lucas Soares

👍 Prós:

  • Cafés fortes e encorpados, com espuma
  • Maior variedade de grãos disponível

👎 Contras:

  • Máquinas mais caras
  • Manutenção e limpeza complicados

☕️ O espresso é a "lente de aumento do café", diz Gabriel Rosa, barista do The Coffee. "É uma bebida em que os erros na extração ficam mais evidentes", explica. Por isso é comum tomar cafés ruins em restaurantes, por exemplo – não tem um especialista ali para tirar um bom cafezinho.

O período de aprendizado para conseguir um bom espresso é maior. "Precisa se aperfeiçoar para tirar uma bebida boa", completa Matheus Fell, co-fundador da Quiero Café. Mesmo com máquinas automáticas, o processo para dominar os equipamentos é mais demorado.

As máquinas de espresso, com ou sem moedor integrado, são os modelos mais caros da lista, sendo vendidas entre R$ 1.200 e R$ 7.300 nas lojas on-line pesquisadas no final de julho.

Máquinas de cápsula

Café espresso de cápsula — Foto: Henrique Martin/g1

👍 Prós:

  • Cafés fortes e encorpados
  • Praticidade para fazer a bebida, com menos chance de errar na extração
  • Facilidade de manutenção e limpeza

👎 Contras:

  • Cápsulas utilizadas se tornam resíduos que nem sempre vão para reciclagem

☕️ As máquinas de cápsula fazem espressos e outros cafés – como capuccino, por exemplo, nas criadas pela Dolce Gusto e 3 Corações.

"A praticidade é o principal ponto positivo para o consumidor. Ele escolhe as cápsulas de acordo com seu gosto e não precisa de muito aprendizado para consumir uma boa bebida", comenta Fell, da Quiero Café.

O especialista lembra que marcas como a Nespresso oferecem programas de logística reversa para devolução das cápsulas e a posterior reciclagem dos materiais.

Os produtos custavam entre R$ 400 e R$ 900 nas lojas da internet consultadas em julho.

Cafeteiras italianas

Cafeteira italiana ao lado de grãos de café torrado — Foto: Skyradar/Pixabay

👍 Prós:

  • Cafés bastante fortes
  • Diversidade na oferta de grãos
  • Não requer filtros de papel

👎 Contras:

  • É difícil acertar a quantidade de água e café para um sabor desejado (pode ficar fraco ou forte demais)
  • Limpeza pode ser complicada
  • Bebida pode ficar com gosto de queimado ou de metal, por conta da cafeteira

☕️ As cafeteiras de percolação – também conhecidas como "moka" ou italianas – extraem o sabor do café ao ferver a água e passar por um filtro com o pó. O resultado é uma bebida menos encorpada que o espresso, sem a cremosidade, mas bastante saborosa.

A dica para remover o gosto de metal ou queimado é colocar um pouco de água na parte superior da moka.

Desse modo, quando o café subir por uma torre interna para essa área dentro da cafeteira, não vai ter contato direto com o alumínio ou metal da região, evitando o sabor ruim, explica Willian Quadros, chefe dos baristas na Quiero Café.

Os modelos de cafeteira italiana custavam entre R$ 260 e R$ 360 nas lojas da internet consultadas em julho.

Cafeteiras tradicionais e filtros

Café é a 2ª bebida consumida pelos brasileiros depois da água. — Foto: Marcos Serra Lima

👍 Prós:

  • Experiência tradicional e caseira
  • Diversidade na oferta de grãos
  • Produtos permitem testar novos métodos de extração, como o V60

👎 Contras:

  • Adotar novos métodos pode ser mais caro que comprar uma máquina de cápsulas

☕️ O café feito no coador de papel ou de pano é um dos mais acessíveis e conhecidos – e dá para melhorar. "Dá para fazer uma extração boa utilizando um coador comum e um café de qualidade", comenta Gabriel Rosa, barista na The Coffee.

O especialista indica escaldar o filtro de papel antes de colocar o pó, para remover impurezas e pré-aquecer o local de extração do café.

E, se der, utilizar uma balança de cozinha para pesar o café e a água. O padrão utilizado pelas cafeterias fica entre 7 e 12 gramas de pó para 100 ml de água.

Os produtos a seguir, com preços que variam de R$ 25 a R$ 600, vão do filtro para papel e cafeteira elétrica e chegam a métodos mais avançados, como o porta-filtro Hario V60.

O V60 é um método que lembra o coador tradicional, com algumas diferenças. A mais visível é um buraco maior na parte inferior do porta-filtro, que permite um escoamento mais rápido da água.

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Prensa francesa e extração a frio

Prensa francesa é um dos métodos para transformar o café feito em casa em algo diferente — Foto: Divulgação

👍 Prós:

  • Cafés com sabor mais rico e complexo
  • Maior controle do tempo de infusão (o período que o pó fica em contato com a água)
  • Uma jarra produz tudo, sem necessidade de filtros de papel
  • A prensa francesa pode servir também para fazer chás e extração a frio

👎 Contras:

  • Bebida pode ficar com sedimentos do pó, que precisa ser moído mais grosso
  • Café dá a impressão de estar oleoso, pela ausência de filtro de papel

☕️ A prensa francesa é um método de infusão e filtragem do café, onde o pó fica em contato direto com a água quente por um tempo determinado.

Um êmbolo com filtro pressiona o pó para a parte inferior do bule, resultando uma bebida com sabor bastante forte.

"O café fica em contato com a água por mais tempo, que extrai mais o que devia do grão", diz Rosa, da The Coffee. "Mas é uma bebida que não fica xícara limpa, vai sobrar um resquício no fundo", conclui.

Já o "cold brew" é uma extração a frio, com o pó armazenado em um filtro dentro de uma jarra ou na prensa francesa, com um "molho" de pelo menos 12 horas na geladeira ou fora dela.

O resultado é um drink gelado bastante aromático e com sabores diferentes, como caramelo, dependendo do tipo de café especial utilizado.

"Uma vantagem é que a receita do 'cold brew' costuma ficar mais concentrada", comenta o barista. Desse modo, um litro de café extraído a frio pode se tornar dois litros da bebida.

O preço das prensas francesas e da jarra de "cold brew" ia de R$ 180 a R$ 220 nas lojas da internet pesquisadas em julho.

Moedores elétricos

Os moedores são um adicional para quem procura fazer café em casa – alguns fabricantes indicam seu uso também para moer especiarias. Os modelos da lista custavam entre R$ 200 e R$ 500 nas lojas on-line consultadas.

Cafés moídos e em grãos

Grãos de café brasileiro — Foto: Divulgação/Cocapec

A seleção a seguir traz opções de cafés tradicionais e especiais em grãos, moídos ou em formato de cápsula para as distintas máquinas da lista.

No caso dos grãos, as cafeterias costumam ter a opção de moagem na hora da compra – só pedir ao barista.

Os preços ficam na faixa dos R$ 20 aos R$ 30 para as caixas com 10 cápsulas e pacotes de 250 gramas. Um dos kits de café em grãos custava R$ 180 nas lojas on-line em julho.

Kit 5 pacotes em grãos Coffee Mais
Café Sul de Minas Coffee Mais
Café Geisha Coffee Mais para Nespresso
Café L'OR Ristretto Descafeinado para Nespresso
Starbucks Colombia para Nespresso

Cafés solúveis

Aprenda a fazer um Cappuccino Dalgona — Foto: Giovana Marques

Cafés solúveis são uma solução prática e rápida para consumir a bebida – ou criar drinks como o dalgona, que também inclui açúcar e água ou leite quentes.

Os produtos eram vendidos na faixa de R$ 20 nas lojas da internet consultadas em julho.

Café Solúvel Native

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