Moradores de Senador Canedo temem desocupação de condomínios pela Goinfra
Moradores de condomínios fechados de Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, estão preocupados com uma possível desocupação dos imóveis. Isso porque a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) enviou uma notificação a eles afirmando que as construções na área são irregulares, e que o local faz parte da GO-403, que deve ser duplicada.
Juan Frederico Barbosa, morador e ex-síndico de um dos condomínios da região, recebeu a notificação em agosto deste ano, mas o impasse é antigo – desde 2015 o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) acompanha o caso.
Ao G1, a prefeitura de Senador Canedo informou que trata-se de uma área municipal e que todas as construções foram feitas de forma regular. Nas placas de endereço e correspondência o nome do local é Avenida Campina Verde.
“O Estado fala que a GO é deles. O município entende que aqui não é GO e sim avenida. Então quem está errado? Nós moradores queremos saber isso", disse Juan Frederico.
Após receber a notificação extrajudicial, Juan procurou um representante da Goinfra para tentar entender melhor a situação.
“Um técnico medidor da Goinfra disse que de 20 metros para cá da faixa e 20 metros para o lado de lá é domínio deles, e que a gente está irregular dentro do projeto deles de duplicação da GO”, explicou.
Com isso, ele e os demais moradores da região temem que as primeiras casas dos condomínios e os comércios da rua sejam desapropriados para a possível obra de duplicação.
“Se esse processo for para frente, serão prejudicadas de três a quatro famílias do condomínio”, afirma.
O G1 entrou em contato com o Ministério Público, que abriu processo em 2015 para investigar supostas irregularidades, que afirmou, em nota, que a solução jurídica realmente seria a desapropriação.
No entanto, o órgão disse que “tem intermediado a discussão que vem ocorrendo entre o Município e o Estado acerca do domínio da área e possíveis soluções”. O MP disse ainda que busca soluções “para evitar que os moradores da área sejam prejudicados de alguma forma”.
Mobilização
Preocupados com a situação, moradores e comerciantes se reuniram no início do mês para discutir o caso e as medidas que podem ser adotadas.
“Queremos saber como vai ficar nossa situação com o banco, já que as casas são financiadas. Que tipo de compensação haverá se essa obra for para frente. Mudei para cá tem um ano sem saber de nada desse problema”, disse o morador Leo Vagner da Silva.
A moradora Juliana Divina, que está grávida de quatro meses, também está preocupada com a possível desocupação.
“A gente começa a preparar, organizar as coisas para a chegada do bebê. Eu não sei quando essa possível duplicação vai acontecer e, se acontecer, o transtorno para mim vai ser enorme. Eu posso estar perto de ganhar neném ou estar de resguardo. A gente mora, a gente paga os impostos, então não queria ter que passar por isso”, afirmou.
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