Você sabe o que é bioeconomia? Veja os desafios e caminhos para o Brasil potencializar esse modelo de negócio
A bioeconomia, conforme explica o economista Rafael Feltran Barbi, é a economia da floresta em pé, da restauração e do conhecimento dos povos tradicionais. O Cidades e Soluções deste domingo (13) mostrou os caminhos desse modelo no Brasil.
No contexto da Amazônia, o estudo "Nova Economia da Amazônia" mostra que manter a floresta em pé é uma oportunidade de crescimento qualificado e inclusivo para a região. O trabalho foi desenvolvido pelo WRI Brasil em parceria com 76 especialistas de instituições científicas brasileiras.
De acordo com a pesquisa, 13 produtos provenientes da biodiversidade amazônica, pode ser explorado de maneira sustentável, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região. Veja:
- Açaí fruto
- Palmito
- Cacau
- Castanha
- Cupuaçu
- Babaçu coco
- Babaçu óleo
- Borracha
- Buriti
- Urucum
- Andiroba
“Se a gente olhar só esses 13 produtos, até 2050, a nova economia da Amazônia mostra que você teria um PIB de no mínimo 38,5 bi. Ou seja, ele quase triplicaria. Se a gente for capaz de pegar o conhecimento local, colocar isso em estatística, botar nos modelos de equilíbrio geral, que são esses modelos de projeção, certamente essas coisas chegaram a 100, 200 bi que é maior do que o valor da agropecuária, por exemplo”, diz Rafael Feltran Barbi.
Desafios
O economista do WRI Brasil ressalta que existem desafios a serem superados para potencializar a bioeconomia no Brasil, entre eles, está a falta de conhecimento sobre a biodiversidade.
"Primeiro a ignorância, conhecer esses produtos e ouvir a população local é o primeiro passo porque o conhecimento está aqui. Só para se ter uma ideia, a bioprospecção, que é aquilo que você vai procurar substância em espécies, alguns estudos mostram que tem uma eficiência de 1%, ou seja, de cada 100 que você procura, 1 tem uma substância que traz uma relevância".
"Pouco, mas quando você considera o conhecimento tradicional indígena vai de 1 para 3. Então, saber o conhecimento indígena das populações tradicionais é o primeiro passo que você consegue na pesquisa de desenvolvimento, ir direto ao ponto”, completa.
Para ele, é necessário que a bioeconomia beneficie as comunidades locais e tradicionais.
"A bioeconomia não pode ser um produto extrativista simplesmente. Ele tem que agregar valor regional. Ou seja, quando você traz esse produto do campo para a cidade, na cidade, se desenvolve as tecnologias populares e é essa tecnologia que vai trazer a diversidade de produto, agregar valor e respeitando e atendendo as preferências locais, o que é muito importante dentro do conceito de bioeconomia”, diz o economista.
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Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo:
Edição de 13/08/2023