Flagrantes mostram como funciona a indústria de desmanche de carros e caminhões roubados em SP; veja VÍDEO

Durante dois meses, o Fantástico investigou as quadrilhas que roubam e desmantelam carros para vender peças na maior cidade do país e até em outros estados.

Por Fantástico


Reportagem mergulha na indústria do desmanche em SP e flagra criminosos em ação

A reportagem especial do Fantástico desse domingo (11) mostra o que acontece com um veículo depois de que ele é roubado.

Estado de São Paulo, 2023: mais de 65 mil pessoas que trabalharam duro pra comprar um veículo tiveram essa conquista despedaçada em questão de segundos. São roubos e furtos e plena luz do dia, feitos por quadrilhas especializadas em desmanche. Como funciona o quebra-cabeças dessa operação criminosa. Com foco no mercado clandestino de peças?

A equipe passou dois meses investigando as quadrilhas que roubam e desmantelam carros para vender peças na maior cidade do país e até em outros estados - e flagrou pontos usados por bandidos para depenar os veículos.

Com drones com lentes de longo alcance, criminosos foram flagrados agindo em plena luz do dia e o Fantástico encontrou vítimas que passaram horas sequestradas, enquanto os veículos eram desmontados.

Durante a investigação, o Fantástico identificou 15 pontos de desmanche, só na região de Cidade Tiradentes, na Zona Leste da capital paulista. Veja todos os detalhes na reportagem em vídeo acima.

Segundo o levantamento do g1, a Zona Leste é a campeã de ocorrências em São Paulo. A cada hora, mais de dois veículos são roubados ou furtados na região.

No primeiro semestre deste ano, São Paulo teve 27.745 casos desse tipo de crime - e 31% desses carros foram recuperados, desmantelados ou não.

O g1 também preparou um conteúdo especial com dados inéditos sobre furtos e roubos de veículos - um mapa interativo com todos os casos da região metropolitana de São Paulo. Veja abaixo:

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No estado de São Paulo, foram 65.770 casos de roubos e furtos no primeiro semestre de 2023. Isso equivale ao número de emplacamentos de uma grande montadora no mesmo período.

O especialista em Segurança Pública Rafael Alcadipani relaciona os índices ao aquecimento do mercado de usados.

“A gente teve uma depressão econômica, ou seja, a pessoa comprou um carro usado, que precisa de manutenção muitas vezes, e ela tá com menos dinheiro. Qual que é a opção racional que a pessoa faz? Ela tenta comprar peça mais barata. Alimenta essa economia do roubo de carro”, diz.

Segundo a delegada responsável pelas investigações em São Paulo, Leslie Caram Petrus, a meta é prender os chefes da organização criminosa, como ocorreu dias atrás no Jardim Pantanal, também na Zona Leste.

"De nada adianta a gente só prender aqueles que estão efetuando o desmonte, porque nós prendemos eles daqui, meia hora tem um novo carro, outros indivíduos fazendo o mesmo tipo de serviço", destaca.

Em nota, a Sabesp, responsável pelo reservatório onde ocorrem os desmontes, informou que está disposta a colaborar com eventuais investigações.

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