Incentivo ao turismo e lançamento de polo industrial buscam diversificar a economia de Brumadinho

Para criar oportunidades para os moradores, Vale apoia projetos de fomento ao turismo, qualificação de mão de obra e atração de novos empreendimentos.

Por Vale


Com mais de 600 km2 de área, Brumadinho reúne diferentes vocações e potenciais. Se, por um lado, sua riqueza natural e cultural reflete uma tendência para o turismo, por outro, sua localização estratégica, próxima à Região Metropolitana de Belo Horizonte, grande extensão territorial e capacidade de oferecer mão de obra qualificada fazem do município uma alternativa para abrigar atividades industriais relevantes.

Fortalecer e diversificar a economia de Brumadinho para criar novas oportunidades e melhorar a vida das pessoas é um dos principais eixos de atuação da Vale no processo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão. Desde 2019, a empresa implementa projetos de diversos setores produtivos, desenhados em conjunto com o poder público, empreendedores locais e comunidade.

“Acreditamos que o melhor caminho para fomentar a economia é respeitar os saberes e os talentos locais, capacitando moradores e estruturando negócios sustentáveis para, dessa forma, contribuir para criar oportunidades e diversificar as fontes de trabalho e renda no município” , analisa Flávia Soares, gerente de fomento econômico da diretoria de reparação da Vale.

Distrito Industrial de Brumadinho

Atualmente em fase de implantação, o Distrito Industrial de Brumadinho foi idealizado com o objetivo de reduzir a dependência do município em relação à mineração, a partir da diversificação econômica voltada para indústrias e serviços complexos. Estudos realizados identificaram que Brumadinho possui relevante competitividade econômica no cenário de Minas Gerais, além de grande potencial para integrar indústrias de diversos segmentos.

O Distrito Industrial de Brumadinho integra o Acordo de Reparação Integral assinado em 2021 pela Vale, pelo Governo do Estado de Minas Gerais, pelos Ministérios Públicos Federal e do Estado de Minas Gerais e pela Defensoria Pública de Minas Gerais, para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Esse projeto constitui uma das obrigações de fazer a cargo da Vale, conforme previsto no referido Acordo.

O projeto vai ocupar uma área de cerca de 1.000.000 m². — Foto: Thiago Filizola/Video Delivery Ltda.

Para a implantação do distrito vem sendo desenvolvida uma série de ações. Além de urbanizar uma área de cerca de 1.000.000 m² que será dotada de infraestrutura de ponta, o projeto está fortalecendo o ambiente de negócios de Brumadinho por meio da capacitação de mão de obra especializada, o fortalecimento de empreendedores locais, a modernização da legislação municipal e o incremento do setor da Economia Criativa. Até o momento, cerca de 200 pessoas foram capacitadas em 14 cursos oferecidos em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). As temáticas foram definidas considerando vocações e potencialidades produtivas do município.

Urbanização sustentável e autonomia da comunidade do Córrego do Feijão

O processo de ressignificação de Córrego do Feijão, comunidade mais impactada pelo rompimento da barragem B1, busca promover a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento da economia, em diálogo com o empreendedorismo social. Inclui a urbanização completa do Córrego do Feijão com a implantação de um novo sistema de saneamento básico, utilizando tecnologia de tratamento dos efluentes por meio de jardins filtrantes, modernização da rede de abastecimento de água, iluminação pública e pavimentação de todas as ruas.

No começo de 2023, os moradores puderam voltar a se encontrar e confraternizar nas ruas da comunidade, após a entrega da praça 25 de Janeiro, do Mercado Central Ipê Amarelo, do Centro de Cultura e Artesanato Laudelina Marcondes e de duas cozinhas comunitárias, construídos pela Vale.

Outros equipamentos públicos e comunitários estão previstos, entre eles o novo campo de futebol, atualmente em construção, que terá um edifício de suporte para a realização de atividades esportivas, de lazer e comunitárias.

As iniciativas em andamento são fruto de um diálogo aberto com a comunidade por meio da escuta ativa sobre as principais demandas dos moradores. Por trás dos equipamentos finalizados, há um trabalho que busca fomentar a economia e o turismo local, além de apoiar a comunidade na gestão desses espaços de forma participativa.

No Mercado Central Ipê Amarelo, os empreendedores locais comercializam seus produtos. — Foto: Ovelha Exco /Jesse Ribeiro

Produtores e comerciantes também vêm recebendo um importante impulso. Sete negócios já foram incubados. Atualmente 13 recebem assessoramento técnico para a estruturação e fortalecimento de suas atividades. Além disso, iniciativas de promoção da economia em rede vêm valorizando os saberes locais, criando vínculos e valorizando o repertório criativo da comunidade.

Sônia Aparecida Silva Olivera, do grupo Feito por Nós Padaria, utiliza a cozinha comunitária para preparar suas receitas. — Foto: Ovelha Exco /Jesse Ribeiro

Outro passo importante para a urbanização sustentável do Córrego do Feijão foi sua inclusão no Projeto de Regularização Fundiária Urbana – parte do Acordo de Reparação Integral assinado em 2021 pela Vale, pelo Governo do Estado de Minas Gerais, Ministérios Públicos Federal e do Estado de Minas Gerais e Defensoria Pública de Minas Gerais, para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Esse projeto constitui uma das obrigações de fazer a cargo da Vale.

Por meio do projeto, todas as áreas públicas e privadas da comunidade serão regularizadas e os moradores terão seus títulos de propriedade registrados em cartório. A nova situação fundiária do Córrego do Feijão, somada às obras de infraestrutura urbana executadas pela Vale, garantirão autonomia à população e amplo acesso aos serviços sociais e urbanos.

Fortalecimento do Turismo como caminho para a diversificação econômica

Conhecida mundialmente por abrigar o Instituto Inhotim, um dos maiores museus a céu aberto do mundo, Brumadinho (MG) tem muito a oferecer para quem decide conhecê-la. A riqueza está em toda parte: na gastronomia, na natureza, nas pessoas. Fomentar esse potencial turístico é um dos caminhos para o município diversificar sua economia, gerar emprego e renda e diminuir a dependência da mineração.

Por meio do diálogo com órgãos públicos, empreendedores locais e representantes do trade turístico, a Vale, em parceria com o Instituto Rede Terra, desenhou e implementou o Programa de Fomento do Turismo Sustentável de Brumadinho. Desde 2019, a iniciativa vem contribuindo para a estruturação do setor e para a ampliação da oferta de serviços no município.

Uma conquista importante foi o lançamento, em julho de 2022, do catálogo Céu de Montanhas, publicação inédita que reúne quase 40 experiências turísticas disponíveis no município. A coletânea é resultado de um extenso trabalho de mapeamento, assessoria técnica e sistematização da oferta de turismo rural e de base comunitária no município. Segundo Daniele Teixeira, analista de Sustentabilidade da Vale e coordenadora do projeto, o catálogo foi pensado para diversificar a oferta da região e facilitar o acesso do turista aos atrativos. “Essa ação busca aumentar o tempo de permanência do visitante que vai a Brumadinho e fortalecer a contribuição do turismo para a economia local”.

No Ateliê Cerâmica Raiz, o turista aprende a produzir uma peça de cerâmica. — Foto: Ovelha Exco /Jesse Ribeiro

Como resultado da parceria entre o Inhotim e o Céu de Montanhas, as experiências turísticas do catálogo estão disponíveis para reserva diretamente no site do instituto. Outra forma de adquirir as vivências é acessar o e-commerce www.ceudemontanhas.com.br

Com o objetivo de ampliar o acesso de empreendedores locais a formas de financiamento, a equipe do Collab, laboratório colaborativo do programa, apoiou a elaboração de 45 projetos, resultando em quase R$ 300 mil captados. Além disso, 29 planos de negócios e 39 tarifários de produtos e serviços foram desenvolvidos. Recentemente,16 empreendedores selecionados em um edital de Microcrédito lançado pelo programa receberam, juntos, quase R$ 250 mil.

Fortalecer o setor do turismo para melhorar a experiência do turista

Outra iniciativa que vem contribuindo para ampliar e profissionalizar a oferta turística da região de Brumadinho é o Projeto de Fortalecimento da Competitividade do Setor Privado do Turismo, da Instância de Governança Regional (IGR) Veredas em parceria com a Vale.

Desde 2020, cerca de 90 empresários de Brumadinho, Mario Campos, Juatuba, Igarapé e São Joaquim de Bicas recebem assistência técnica especializada em diferentes áreas de gestão, além de consultoria em marketing e mídias sociais e apoio para o desenho de experiências turísticas inovadoras.

As experiências do Veredas estão organizadas considerando os segmentos de gastronomia, natureza, infantil e arte e cultura. — Foto: IGR Veredas/Enquadra

Flávia Soares explica que, até o momento, 22 experiências turísticas foram criadas pelo projeto, mas o objetivo é que esse número continue crescendo. “É um processo dinâmico, sempre haverá novas experiências. A metodologia foi desenvolvida para ser replicada, permitindo que a oferta se expanda constantemente”.

Glauco Silva é proprietário da Brumatur Viagens, agência e receptivo de turismo que atua em Brumadinho há 10 anos. Desde 2020, ele conta com o apoio do projeto para profissionalizar seu negócio. “Nos desenvolvemos muito. Posso dizer que hoje estamos muito bem preparados para receber os turistas que nos procuram”, analisa.

Todas as experiências do Veredas podem ser conferidas no site visiteveredas.com.br, que também foi desenvolvido através do projeto.

Capacitação em Idiomas

Pensando em capacitar os profissionais do turismo para que consigam receber também turistas internacionais, foi lançado o Projeto de Idiomas. Desde 2021, cerca de 140 trabalhadores do setor em Brumadinho já participaram dos cursos de inglês.

A ideia surgiu após uma pesquisa com a Associação de Turismo de Brumadinho e região (ATBR) identificar essa demanda reprimida. “Só 10% da população que atuava com turismo falava um segundo idioma”, conta a analista da Vale, Daniele Teixeira. Uma escola local foi contratada para atender o projeto, dentro do compromisso de priorizar fornecedores e mão de obra da região.