TV ou monitor gamer são opções para jogar: saiba como escolher

O conceito de TV gamer parece estranho para quem não joga: qual a razão de comprar um modelo que faz tudo o que os outros fazem – como reproduzir streaming e TV aberta – só para ligar o console ou notebook?

A diferença está na experiência oferecida ao jogador, que tem resposta mais rápida aos comandos.

As configurações desses modelos, um pouco mais aprimorados que as Smart TVs "normais", ajudam nisso. E os modelos menores, de até 43 polegadas, também encontram lugar no escritório – sim, para jogar com teclado e mouse no PC.

A TV gamer também concorre com os monitores para jogar, que podem vir com especificações técnicas um pouco mais avançadas e até custar mais que a própria televisão.

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O Guia de Compras selecionou seis TVs e cinco monitores para jogar.

Os televisores são todos smart, com resolução 4K. Em comum com os monitores estão o tempo rápido de resposta e a taxa alta de atualização da tela, a partir de 120Hz.

Esses números indicam quantas vezes uma imagem consegue alterar sua sequência de cores na tela e quantas vezes a imagem é atualizada por segundo.

Também entra na lista de semelhanças a compatibilidade com o conector HDMI 2.1, que ajuda a deixar o jogo mais veloz, fazendo tela e videogame "conversarem" de igual para igual.

Para as TVs, os valores consultados nas principais lojas on-line em janeiro começavam em R$ 4.000 e chegavam a quase R$ 10.000. Já os monitores iam de R$ 1.400 a R$ 12.000.

Veja a lista a seguir e, ao final da reportagem, o que observar na hora da compra de uma TV ou monitor gamer.

Com tela OLED (entenda a diferença entre as tecnologias de tela), a LG OLED 48C2 EVO, de 48 polegadas, oferece taxa de atualização de 120Hz com 0,1 milissegundo de tempo de resposta.

O televisor conta com certificações VRR (taxa de atualização variável), AMD FreeSync Premium, NVidia G-Sync e Dolby Vision para aprimorar a qualidade de imagens do jogo.

A TV também oferece um modo específico de configuração para games, chamado Game Optimizer. Tem quatro portas HDMI 2.1 – que é um dos recursos necessários para ter uma melhor compatibilidade com consoles e notebooks.

O sistema operacional é o WebOS, usado pela LG em todos seus televisores. Seu preço nas lojas da internet em janeiro era de R$ 7.000.

A LG oferece esse modelo em versão de 42" (42C2 EVO) – que pode ser uma alternativa para uso como monitor gamer.

Já a LG QNED80 55" tem uma tela com tecnologia QNED (junção de pontos quânticos com NanoCell, mais nova e que gera imagens mais vívidas e coloridas) e atualização de 120Hz.

A fabricante não cita o tempo de resposta da tela. Tem duas portas HDMI 2.1 e duas HDMI 2.0 – não recomendadas para conectar equipamentos para jogar.

A TV oferece suporte aos padrões AMD FreeSync Premium e VRR e dá acesso ao serviço de games por streaming NVidia GeForce Now – que tem mais de 1.000 jogos disponíveis. Desse modo, é possível jogar na TV sem ter notebook gamer ou um console.

Nas lojas on-line, seu preço era de R$ 5.000 no meio de janeiro.

Com taxa de atualização de 120 Hz, o grande destaque da Philips 65PML9507 de 65" está fora dela: a iluminação Ambilight, que sincroniza com o conteúdo da TV e ilumina a parede traseira nas mesmas cores.

Tem ainda recurso de configuração rápida, chamada Game Bar, para usar com jogos. Oferece quatro portas HDMI 2.1.

O televisor utiliza tecnologia miniLED no seu painel e é compatível com VRR e AMD FreeSync Premium Pro. O sistema operacional é o Google TV.

É o modelo mais caro da lista de televisores, sendo vendido por R$ 9.500 nas lojas on-line em janeiro.

A Neo QLED 43QN90B, da Samsung, oferece uma das maiores taxas de atualização de tela entre os modelos da lista, com 144 Hz.

O televisor de 43" – capaz de caber na bancada do escritório – tem um painel com tecnologia Mini LED. Uma configuração específica para jogos permite ajustar itens como quadros por segundo, som e proporção da tela.

As quatro portas HDMI têm conectividade 2.1, a TV é compatível com AMD FreeSync Premium Pro e o sistema operacional é o Tizen.

O recurso Gaming Hub dá acesso a serviços de games na nuvem, como Microsoft GamePass e NVidia GeForce Now – pagos à parte.

Nas lojas on-line, a TV da Samsung era vendida por R$ 4.000 em janeiro.

A Samsung também oferece esse modelo gamer em versões de 50", 55" e 65" – mas somente as telas de 43" e 50" têm a taxa de atualização de 144Hz. Nas maiores, é de 120Hz.

A Samsung Neo QLED 55QN83 é uma TV de 55" com tecnologia Mini LED na tela e 120 Hz de taxa de atualização.

O modelo conta com um modo de aceleração para games (Motion Xcelerator Turbo+) e está pronto para o padrão AMD Freesync Premium Pro. O sistema operacional Tizen tem o mesmo Gaming Hub do outro modelo da lista.

A TV vem com quatro portas HDMI – mas a fabricante informa apenas que tem conexão 2.1, sem dizer quantas.

O televisor gamer da Samsung custava R$ 4.500 nas lojas da internet em janeiro. O modelo também tem uma versão com tela de 65".

Também com taxa de atualização de 144Hz na tela, a TV TCL C835 é um modelo grande de 65" para jogar na sala de estar. A tecnologia do painel é Mini LED e o sistema operacional utilizado é o Google TV.

Segundo a fabricante, o recurso Game Master ajuda a melhorar o desempenho em games, que inclui ajuste de latência (o tempo de resposta entre o comando e a TV), ajuste de configurações da tela, auxílio de mira e melhoria de detalhes em cenas escuras.

A TV oferece VRR e AMD FreeSync Premium e tem quatro portas HDMI. Nas lojas on-line pesquisadas, o televisor da TCL custava R$ 8.400 no meio de janeiro.

Com uma tela de 27", o monitor Acer Nitro VG0 ZeroFrame vem com resolução Full HD (1920 x 1080), taxa de atualização de 165Hz e tempo de resposta de 0,5 milissegundo – uma vantagem em comparação aos televisores.

O produto vem com duas portas HDMI, uma DisplayPort e é compatível com AMD FreeSync. A base permite ajuste de inclinação vertical.

Nas lojas on-line, custava R$ 2.500 no final de janeiro.

Com uma tela curva de 31,5 polegadas, o monitor AOC AGON AG323FCXE também oferece taxa de atualização da tela de 165Hz, com 1 milissegundo de tempo de resposta.

A resolução é Full HD (1920 x 1080) e a configuração inclui suporte a AMD FreeSync Premium, dois conectores HDMI, um DisplayPort e até um VGA.

Na traseira, um círculo de luzes LED coloridas pode ser personalizado de acordo com o gosto do dono. Sua base permite ajustar o ângulo de inclinação da tela.

Em janeiro, o monitor da AOC custava R$ 1.900 nas lojas da internet.

O monitor Dell S3422DWG é um "quase 4K", com resolução WQHD (3.440 x 1.440 pontos), duas portas HDMI, uma DisplayPort e quatro conectores USB 3.2.

Sua taxa de atualização é de 144 Hz com 1 milissegundo de tempo de resposta.

Vendido por R$ 3.800 nas lojas da internet em janeiro, o produto permite ajuste de altura e inclinação da tela. É compatível com padrão AMD FreeSync Premium Pro.

Monitor mais barato desta lista, vendido por R$ 1.400 nas lojas on-line em janeiro, o LG UltraGear de 23,8" tem taxa de atualização de 144 Hz com 1 milissegundo de tempo de resposta.

A resolução da tela é Full HD (1.920 x 1.080), compatível com AMD FreeSync Premium e duas conexões HDMI e uma DisplayPort. Sua base permite ajustar o ângulo da tela para melhor visualização.

Custando R$ 12.000 nas lojas da internet em janeiro, o monitor gamer Samsung Odyssey Neo G9 é um telão de 49" curvo – e o mais caro

A resolução do display é de 5.120 x 1.440 pontos, com taxa de atualização de 240Hz (a mais rápida da lista) e 1 milissegundo de tempo de resposta.

O modelo é compatível com os padrões NVidia GSync e AMD FreeSync Premium Pro. O suporte permite ajuste de rotação e altura e o monitor conta com duas portas DisplayPort, uma HDMI e dois conectores USB 3.

TEMPO DE RESPOSTA E TAXA DE ATUALIZAÇÃO: esses números são importantes para quem procura um monitor ou TV para jogar no PC ou console.

O tempo de resposta mede quantas vezes uma imagem consegue alterar sua sequência de cores na tela, medido em milissegundos.

Quanto menor for o tempo de resposta, a imagem vai ser mais clara, definida e com a impressão de ser mais "rápida". Isso é importante para quem busca um monitor para jogar – o padrão gamer fica em 1ms ou menos – que pode ser a diferença entre dar um golpe certeiro ou ser atingido em um jogo importante.

Já a taxa de atualização mostra quantas vezes uma imagem pode ser atualizada por segundo e é medida em hertz (Hz). Uma tela de 60Hz "pisca" 60 vezes por segundo, por exemplo.

VEJA A PLACA DE VÍDEO: é recomendável checar a marca da placa de vídeo do computador e comprar um monitor ou televisor compatível com ela – no caso da AMD, deve-se checar por telas com tecnologia FreeSync e, para placas da NVidia, com a tecnologia G-Sync.

Na prática, significa que a fabricante da TV ou monitor certificou o produto com a AMD ou a NVidia para fornecer maior compatibilidade entre os dispositivos.

A sigla VRR (taxa de atualização variável, em inglês) também deve ser levada em conta – ela também é parte da melhoria da imagem na tela. Se o monitor ou TV tiverem conectores HDMI 2.1, já têm essa compatibilidade.

RESOLUÇÃO: quanto maior a resolução do monitor, maior a quantidade de detalhes na tela. Modelos com resolução Full HD (1080p) são o padrão mais utilizado para jogar e telas 2K (1440p) ou 4K (2160p), as mais caras – vale notar que, quanto maior a resolução, mais caro será o produto.

RECURSOS ADICIONAIS: também é importante checar as portas de conexão entre o monitor e outros dispositivos – o padrão costuma ser o conector HDMI, também presente nas TVs, mas PCs mais antigos podem ter conexões DVI e VGA, menos comuns.

Uma porta com o padrão Thunderbolt ou DisplayPort (que usam o conector USB-C) pode ser útil para conectar notebooks mais modernos que não têm muitas opções de saída de vídeo ou até mesmo espelhar a tela do celular.

ONDE VAI FICAR: Telas com 43" ou menos "cabem" em uma mesa de escritório – ou ao menos presas a um suporte na parede. Gamers optam por essa configuração para usar teclado e mouse em jogos específicos.

Para jogar na sala, tamanhos maiores – 55" ou 65" – são mais indicados para jogar com joystick ligado ao console ou notebook. Afinal, nem tem tanta ergonomia para usar com teclado e mouse.

"Não dá para deixar um PC de mesa no escritório e puxar um cabo HDMI muito longo até a sala", explica Alexandre Ziebert, especialista técnico da NVidia.

A indicação é ter, no máximo, 1,5 metro de distância entre os conectores do cabo HDMI – ou partir para projetos especializados (e mais caros) em caso de maior distância.

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