Usar uma impressora 3D para criar objetos em casa parece um sonho futurista: basta ter o arquivo tridimensional do item desejado e mandar imprimir.
Ela funciona adicionando camadas sucessivas de material, geralmente plástico ou resina, até formar o item desejado – que pode ser uma peça de decoração, brinquedo ou uma ferramenta.
O processo de impressão, porém, é um pouco mais complicado. Requer tempo e paciência – uma impressão pode levar horas, dependendo do projeto – e se preparar para lidar com frustrações por causa das falhas na máquina e no material utilizado, que é comprado à parte.
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O Guia de Compras selecionou cinco modelos de impressoras 3D à venda nas lojas on-line. Em dezembro, elas custavam a partir de R$ 1.600 – pouco menos que um celular 5G básico.
Mas o valor não inclui os materiais (a "tinta" da impressora 3D), como filamento ou resina, usados para imprimir os objetos.
Veja a lista a seguir e, ao final da reportagem, no que prestar atenção na hora da compra – e também depois dela.
Creality Ender 3 V2
A Creality Ender 3 V2 é uma impressora 3D de entrada que utiliza filamento, com o objeto sendo criado camada por camada, em um processo mais lento. Outros modelos da lista usam resina líquida para imprimir em três dimensões.
E também é um dos modelos mais baratos da lista, sendo vendida por R$ 1.600 nas lojas on-line em novembro.
Ela vem desmontada, mas a fabricante diz que o processo de montagem é fácil. O produto inclui uma base aquecida com superfície de vidro, extrusor de filamento de precisão (a "cabeça de impressão", na comparação com uma impressora a jato de tinta) e placa de aquecimento rápido.
Ainda tem uma tela de 4,3 polegadas para operação, leitor de cartões de memória para acessar os arquivos de impressão e uma caixa para guardar materiais.
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Creality Halot-One CL60
A Creality Halot-One CL-60 é uma impressora 3D que usa resina como material de impressão. A máquina expõe uma camada fina de resina líquida, que é endurecida por uma luz UV. Desse modo, o resultado pode ser mais preciso e definido que o de um modelo com filamento.
Conta com uma tela de 5" para operação, base aquecida com superfície de vidro, extrusor de filamento de precisão e placa de aquecimento rápido.
Por conta do uso da resina, a impressora vem com filtro de ar com carvão ativado para remover odores do ambiente.
Nas lojas da internet, a impressora era vendida em dezembro por R$ 1.600.
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Elegoo Neptune 3
A Elegoo Neptune 3 é outra impressora 3D que usa filamento como base para criar os objetos.
Segundo a fabricante, o equipamento vem desmontado – mas a própria marca oferece tutoriais de como montar a impressora.
A Neptune 3 conta com uma tela de 4,3" para operação e sensor de pressão para registrar a distância entre o bocal e a cama quente em cada ponto, evitando falhas durante a impressão.
Tem ainda um sensor de filamento: caso o material acabe durante a impressão, o processo será retomado após inserir um novo cartucho. Em dezembro, o modelo era vendido por R$ 2.400 nas lojas on-line.
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Elegoo Mars 3 4K
A Elegoo Mars 3 4K utiliza resina como base para impressão 3D. Sua tela de 6,6 polegadas permite operação fácil para leitura dos arquivos no pen drive, incluído na caixa.
Segundo a fabricante, o modelo conta ainda com base aquecida, placa de aquecimento rápido e sistema de dissipação de calor.
Nas lojas on-line, a Elegoo Mars 3 4K custava R$ 3.100 em dezembro.
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Silhouette Alta Plus
Único modelo de filamento da lista que não requer montagem, a Silhouette Alta Plus pode ser conectada a um computador (PC ou Mac) para envio dos arquivos, dispensando o uso de cartões de memória ou pen drives.
O modelo conta com software próprio de modelagem e fatiamento de objetos (Silhouette 3D) e também é a única a vir com filamento de amostra para uso.
Nas lojas on-line, a impressora 3D era vendida por R$ 3.300 no meio de dezembro.
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No que prestar atenção na hora da compra:
TIPOS DE IMPRESSORA: os modelos mais comuns para uso doméstico são as de filamento, que adicionam camadas de material aquecido por uma boca de extrusão, e as de resina, que usam luz para endurecer uma camada fina de resina líquida e criar o objeto, que pode ter uma definição melhor em comparação aos modelos de filamento.
Vale notar se a impressora vem montada ou desmontada – o que faz diferença para um iniciante, que nem sempre pode saber colocar as peças na ordem correta.
O PROCESSO: "O nome 'impressora' induz ao erro, porque não é como apertar um comando e imprimir um papel. Tem um passo além, que é preparar e formatar o arquivo para que o resultado saia como o imaginado", explica Cristiano Waster, entusiasta de impressão 3D e dono de cinco modelos.
É preciso ter o arquivo tridimensional, criado no computador, ou mesmo usar um aplicativo para criar (no termo técnico, modelar) o objeto em 3D.
Depois disso, é necessário usar um software adicional para "fatiar" o objeto e prepará-lo para impressão – aqui serão feitos ajustes que variam de acordo com o tipo e marca do material usado e a qualidade do resultado esperada (com o centro sólido ou oco, por exemplo).
"O software fatia esse objeto desses planos e depois constrói comandos que vão movimentar a cabeça da impressora", complementa André Ruiz, especialista em impressão 3D.
Muitos desses aplicativos "fatiadores" têm versões gratuitas, como o Cura e o PrusaSlicer.
Para modelagem, o Autodesk Fusion 360 e o Microsoft 3D Builder são gratuitos na versão para amadores.
Os arquivos "fatiados", quando prontos", são enviados para a impressora 3D por pen drive (via conexão USB) ou cartão de memória padrão SD ou microSD, dependendo do modelo.
OS PROBLEMAS: em qualquer impressora 3D, sempre existe a possibilidade de encontrar problemas durante o processo de impressão – entupimento da extrusora de filamento, desnível da base, falha no aquecimento do substrato e até mesmo falta de energia podem comprometer o resultado.
Waster diz ainda que é preciso ter espírito "maker" – de gostar de mexer e fuçar em eletrônicos – para conseguir ter uma experiência mais completa.
"A impressora 3D é uma máquina bruta e complexa, que requer atenção e cuidado constante e muita tentativa e erro. Não é apertar um botão e o objeto sai pronto", afirma Ruiz.
Os dois especialistas indicam a visita a canais de YouTube e fóruns da internet e dos fabricantes para quem quiser se aprofundar e tirar dúvidas.
Apesar de ser um processo complicado para gerar os arquivos 3D, sites como ThingVerse já têm modelos prontos para enviar para impressoras 3D, com objetos e itens do dia a dia.
MATERIAL IMPORTA: o tipo de filamento – o fio de plástico a ser derretido e transformado em objeto – também é algo que deve ser levado em consideração.
Os filamentos, vendidos por peso, podem ser produzidos com diversos materiais, como policarbonato, ABS e nylon, por exemplo. Alguns tipos até brilham no escuro ou mudam de cor. As marcas mais populares são Esun, 3D Prime, Voolt e PrintALot.
"A maioria das marcas vende rolos com transição de cores, que são mais baratos e podem dar a sorte de criar umas mudanças de coloração bem bonitas", afirma Waster.
Nas lojas on-line especializadas, um quilo de filamento colorido custa a partir de R$ 80 – a duração dele depende do que será criado na impressora 3D.
No caso da resina líquida, um pote com 500 ml custava em torno de R$ 150.
TESTE BASTANTE: os especialistas indicam que, ao comprar uma impressora 3D, seu dono faça o máximo de testes com projetos básicos. "Criar cubos, barcos, parece simples, mas é bom para aprender a calibrar as peças e entender onde economizar material, o que salva horas de impressão", finaliza Cristiano Waster.
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