Travesseiro: o que deve ser considerado na hora da compra?

A posição em que você dorme deve determinar a altura do modelo, dizem especialistas.

Por Beatriz Nery, g1


Travesseiro: o que deve ser considerado na hora da compra? — Foto: g1

Além do colchão, o travesseiro é um grande aliado para um sono de qualidade. A sua função, segundo especialistas, é deixar a nossa coluna alinhada enquanto estamos deitados.

Só que a escolha de um bom travesseiro, em si, costuma ser uma "dor de cabeça". Por que se erra tanto?

"Existem travesseiros que são muito rígidos e, quando a gente vai comprar, não testamos os modelos com a cabeça, e sim com a mão. Neste caso, temos a sensação de que é um modelo confortável para dormir, mas, quando você deita, ele acaba deixando a sua cabeça flexionada, e isso resulta em um sono desconfortável", explica Marcelo Risso, ortopedista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Quando não é duro demais, o travesseiro pode ser muito mole e também ocasionar dores.

Segundo os médicos, para ter mais chances de acertar, é necessário considerar a posição em que você dorme, as dimensões do travesseiro — especialmente a altura — e o material com que ele é feito.

Veja, ao fim do texto, qual é o modelo ideal para o seu caso. E confira alguns exemplos abaixo, que custavam entre R$ 30 e R$ 650, no começo de janeiro, nas principais lojas on-line.

Outros guias:

Travesseiro Modular Zissou — Foto: g1

O travesseiro Modular Zissou possui três camadas de enchimento, que regulam a altura entre 10 centímetros e 21 cm, e podem ser adicionadas ou removidas de acordo com a sua preferência, segundo a fabricante.

A marca oferece 100 dias de teste após a compra e 1 ano de garantia.

Sua espuma é de fibra siliconada e o modelo está disponível nas versões lavável e não lavável.

As suas dimensões são: 50 cm x 70 cm x 21 cm. Ele pesa 3 kg.

Importado, o modelo custava em torno de R$ 650 nas principais lojas on-line, na primeira semana de janeiro.

🛒 Onde comprar o produto:

Travesseiro Nasa regulável Duoflex — Foto: g1

O travesseiro Nasa Regulável Duoflex tem em sua composição a espuma viscoelástica, também conhecida como "espuma da Nasa".

Ele também possui três camadas internas, o que permite que o usuário regule a altura de produto entre 10 cm e 20 cm, informa a fabricante.

A Duoflex também diz que o produto é antialérgico e se adapta à temperatura do corpo.

Seu peso é de aproximadamente 2,3 kg. As dimensões são: 50 cm x 70 cm x 20 cm.

Com garantia de 2 anos, o modelo custava em torno de R$ 150 na primeira semana de janeiro.

🛒 Onde comprar o produto:

Travesseiro Nasa UP3 Fribrasca — Foto: g1

O travesseiro Nasa UP3 Fribrasca é fabricado com espuma viscoelástica e revestido com material 100% poliéster. É o famoso "caixa de ovos", pelo formato de uma de suas superfícies (leia mais sobre esse tipo ao fim da reportagem).

As suas dimensões são 60 cm x 30 cm x 13 cm. Ele pesa 440 g e tem garantia de 3 meses.

Nas lojas on-line, o preço médio era de R$ 70 no começo de janeiro.

🛒 Onde comprar o produto:

Travesseiro toque de pluma Buddemeyer — Foto: g1

O travesseiro Toque de Pluma Buddemeyer possui enchimento com espuma 100% poliéster microfibra extra macia.

Tem 15 cm de altura. As demais dimensões são 50 cm x 70 cm.

Ele pesa 1 kg e não possui garantia da marca. Nas lojas on-line, o preço médio era de R$ 120, no começo de janeiro.

🛒 Onde comprar o produto:

Travesseiro plumas de ganso Daune — Foto: g1

O travesseiro Plumas de Ganso Daune é produzido com penas ou plumas de ganso que seguem as normas internacionais de qualidade, ou seja, a matéria-prima não é fruto de maus tratos aos animais, e sim, um subproduto da indústria alimentícia, de acordo com a fabricante.

As suas dimensões são: 50 cm x 70 cm x 15 cm. Ele pesa 1,2 kg e tem 3 meses de garantia.

Na primeira semana de janeiro, o preço do modelo nas lojas on-line era de R$ 300, em média.

🛒 Onde comprar o produto:

Travesseiro toque suave BF Colchões — Foto: g1

O travesseiro Toque Suave BF Colchões conta com revestimento e enchimento de fibra siliconada.

As suas dimensões são: 50 cm x 70 cm x 15 cm. A marca não informa o peso e nem se o produto possui garantia.

Custava em torno de R$ 30 na lojas on-line, na primeira semana de janeiro.

🛒 Onde comprar o produto:

As diferenças entre os enchimentos

Látex, pluma e espuma viscoelástica, também conhecida como espuma da Nasa, são alguns dos materiais mais usados na fabricação de travesseiros.

A viscoelástica se adapta ao seu corpo e costuma ser mais pesada, o que dá a ideia de que esse tipo de travesseiro é duro, segundo especialistas.

Já o látex, é um modelo mais firme, o que pode dificultar a adaptação.

Por fim, os travesseiros de plumas ou penas de ganso são mais leves e oferecem boa sustentação, de acordo com Raphael Marcon, ortopedista e especialista em coluna do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

“A pena de ganso se adapta bem ao corpo e dura bastante. O látex não é recomendado para 100% das pessoas porque algumas têm alergia ao material”, complementa o médico do HC-USP.

Marcon explica que o travesseiro de viscoelástica é feito de polímeros, o que o difere das espumas tradicionais que, após o uso, retornam para a posição normal. Ele possui porosidades, o que permite uma adaptação melhor ao corpo da pessoa.

É possível encontrar travesseiros de outros materiais. Os de fibra siliconada de poliéster são modelos flexíveis, mas com baixa durabilidade, segundo especialistas.

Aqueles que possuem microfibra ou fibra siliconada são macios e leves, no entanto, não possuem proteção antiácaro.

O melhor para cada posição

“Você estar bem posicionado resulta em um sono de qualidade, teoricamente. Quando você fala de ergonomia e da posição de dormir, do ponto de vista ortopédico, isso tem a ver com o travesseiro”, afirma Marcelo Risso, ortopedista.

Dormir de lado é a opção mais recomendada porque se tem uma pressão menor na coluna, diz o especialista Raphael Marcon.

“Se você vai dormir de lado, vai precisar de um travesseiro mais alto, que o deixe em uma posição neutra. Agora, se você prefere dormir de costas [de barriga para cima], utilize um travesseiro mais baixo porque o alto deixa o pescoço flexionado, o que provoca muita dor”, orienta o ortopedista.

Marcon não recomenda dormir de bruços. "O maior problema é que você não tem posição de repouso do pescoço", alerta.

O ortopedista costuma recomendar que se tenha dois travesseiros baixos. Assim, dá para utilizar dois para dormir de lado e, quando você troca de posição, fica só com um.

Travesseiro ortopédico é bom?

Normalmente, quem sofre de dores na coluna costuma investir em um travesseiro ortopédico, que seria um modelo mais rígido e em forma de onda, para corrigir a postura.

Para Raphael Marcon, eles não são uma garantia de solução. "O travesseiro ortopédico é um travesseiro mais duro, então algumas pessoas se adaptam melhor a ele, mas não é uma recomendação ortopédica clássica”, avalia

Travesseiro antirrefluxo e 'caixa de ovo'

Para pessoas que sofrem de refluxo, que é quando os ácidos do estômago voltam para o esôfago, o travesseiro antirrefluxo pode ser uma opção, segundo os médicos.

[Ele] é mais alto e faz um apoio para o tronco, o que permite que você durma em uma posição mais inclinada, fazendo com que a cabeça fique mais alta do que a região do estômago”, explica Marcon.

Existem ainda os travesseiros "caixa de ovos", que têm uma camada de espuma que lembra esse objeto. Em geral, possuem formato anatômico, que contorna a silhueta da cabeça e do pescoço.

"A utilização desse formato nos travesseiros evita que você tenha uma pressão exagerada em determinados pontos da pele. É um modelo muito utilizado por pessoas com pouca mobilidade, já que previne as lesões de pele", explica Marcon, do HC-USP.

"Pode dar um suporte adequado e favorecer a manutenção de uma posição adequada durante uma noite de sono", complementa Marcelo Risso, ortopedista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Quando é a hora de trocar?

A troca do travesseiro é muito relativa e vai depender da qualidade do material, segundo especialistas.

“Não existe uma regra, como acontece com os colchões. Ele dura em média um ou dois anos. Depois disso, começa a apresentar vício de posição”, diz Risso.

“O travesseiro tem um prazo de validade porque, ao longo dos anos, vai acumulando micróbios. Mas não existe um prazo [específico], vai depender de como você cuida do produto", complementa Marcon.

Se persistirem as dores, um médico deve ser consultado

De acordo com os especialistas, ao utilizar um travesseiro inadequado, você acaba forçando as estruturas do pescoço, o que pode resultar em dores que vão diminuir a qualidade do sono.

Mas nem sempre o travesseiro poderá levar a "culpa".

“Se houver desconforto, mesmo após inúmeras trocas, a pessoa tem que procurar ajuda médica porque ela pode estar com algum problema mais sério que a está levando a ter dores intensas”, sinaliza Marcon.

Posso lavar o travesseiro?

A recomendação é seguir o que diz o fabricante e ler a etiqueta do travesseiro antes de lavar. Outro ponto que deve ser levado em conta é o material.

Os modelos de penas e plumas e de microfibra de poliéster podem ser lavados na máquina; já os de látex, viscoelástica e poliuretano podem deformar durante o processo.

Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.