Câmera digital voltou à moda, saiba como escolher

Onda retrô para tirar fotos é uma desculpa para voltar a usar câmeras que ainda são melhores que as dos celulares.

Por Henrique Martin, g1


Câmera digitais voltaram à moda — Foto: g1

Ter uma câmera digital Sony Cybershot já foi símbolo de status entre os fotógrafos amadores – para não citar a Mavica, que usava disquetes e guardava uma ou duas fotos apenas.

Mas a popularidade das câmeras no celular, cada vez melhores, deixou esse tipo de produto no passado. Agora, a geração Z começa a redescobrir a fotografia digital sem precisar usar um smartphone.

Fotografar com uma câmera digital em 2023 pode passar pelos equipamentos guardados nas gavetas dos parentes que trocaram o filme 35mm pelo digital no início dos anos 2000 – se a bateria suportar carga ainda.

Ou partir para modelos novos, com recursos de conectividade e uma qualidade geral de imagem melhor que a de um celular.

O Guia de Compras selecionou seis câmeras digitais mais novas, incluindo modelos voltados para gravação de vídeos de alta qualidade para redes sociais.

Outros guias:

Vale notar que não são câmeras profissionais, que oferecem mais recursos e que custam bem mais caro. Os preços nas lojas on-line consultadas no final de fevereiro variavam de R$ 600 a R$ 10.600.

Uma câmera profissional, daquelas usadas por fotógrafos de futebol, por exemplo, podem custar mais de R$ 20.000 só o corpo da máquina, sem lentes adicionais. Modelos semiprofissionais que trocam lentes, por outro lado, têm preços que começam em R$ 3.500.

Veja a lista a seguir e, ao final da reportagem, o que observar na hora da compra.

A Canon EOS M200 é uma câmera da categoria das mirrorless (sem espelho mecânico na parte interna, como os modelos profissionais) e que permite trocar as lentes – ela vem com uma com zoom óptico de 3x, e outras podem ser compradas à parte.

A resolução da câmera é de 24,1 megapixels, com gravação de vídeos em qualidade 4K. Para comparação, a do iPhone 14 Pro tem 48 megapixels (veja o teste) – mas as fotos no modo automático saem em 12 mp.

Sua tela sensível ao toque gira 180 graus e pode ficar virada para a frente – o que ajuda na hora de tirar selfies e gravar filmes curtos.

O modelo da Canon conta com conectividade Wi-Fi e Bluetooth e permite comandos pelo celular, usando um aplicativo para iOS ou Android.

Nas lojas on-line em fevereiro, a câmera era vendida por R$ 5.500.

Com 20,1 megapixels de resolução, a Canon G7 X Mark III é uma câmera compacta – que não troca lentes – com zoom óptico de 4,2x. Ela grava vídeos em resolução 4K.

O modelo também oferece conectividade Wi-Fi e Bluetooth para compartilhar imagens com o celular ou computador. Ela pode ser usada ainda como webcam no PC e até mesmo para realizar transmissões ao vivo em redes sociais.

Segundo a fabricante, é possível gravar vídeos na posição vertical, como nos celulares.

Nas lojas on-line, a Canon G7 X Mark III custava R$ 7.000 em fevereiro.

Já a Kodak Printomatic Digital Instant Print é uma câmera digital que conta com um recurso diferente: ela vem com uma impressora integrada, para ver as fotos em papel na hora.

O modelo é o mais barato e básico da lista, sendo vendido na faixa dos R$ 600 em fevereiro nas lojas da internet. O papel especial para impressão custava em torno dos R$ 90 o pacote com 20 folhas de 5 x 7 cm.

A resolução da câmera é de 5 megapixels, com uma lente fixa grande angular e sem recursos de conectividade.

A Nikon Coolpix P1000 é uma câmera digital compacta com zoom poderoso, atingindo 125x de aproximação no zoom óptico e até 250x no digital. A lente é integrada ao corpo da câmera e não pode ser trocada.

Para comparação, o Samsung Galaxy S23 Ultra chega a 10x óptico e 100x digital (veja o teste).

A resolução de imagem é de 16 megapixels e a câmera também filma em 4K. Segundo a fabricante, o modelo se conecta ao celular por bluetooth e wi-fi, podendo enviar fotos direto para o smartphone.

Nas lojas da internet, a Coolpix P1000 era a mais cara da lista, sendo vendida por R$ 10.600 em fevereiro.

A Sony DSC-W800 é, entre as câmeras da lista, a que mais lembra as máquinas digitais do início dos anos 2000 pelo design, que cabiam no bolso de uma camisa.

O sensor da câmera permite tirar fotos com resolução de 20,1 megapixels e zoom óptico de 5x. Mas o produto não oferece conectividade bluetooth, wi-fi ou app para celular.

A W800 era vendida por R$ 1.500 nas lojas on-line no final de fevereiro.

Já a Sony ZV-1 é uma câmera compacta voltada para a gravação de vídeos em resolução 4K – mas também tira fotos, com 20,1 megapixels de resolução e zoom óptico de 2,7x.

O modelo ainda filma na vertical, conta com microfone embutido e sua tela gira até 270 graus para ajudar nas selfies e vídeos em primeira pessoa.

A ZV-1 usa bluetooth e wi-fi para compartilhar imagens com celulares e PCs – com ajuda de um cabo USB-C, pode ser usada como webcam no computador.

Nas lojas on-line em fevereiro, a câmera era vendida por R$ 8.000.

O que observar na hora da compra

NÃO É UM CELULAR: as câmeras digitais usam sensores maiores e lentes com melhor qualidade óptica que a dos smartphones. Também vêm com recursos que aumentam controles e ajustes na hora do clique, como exposição, velocidade de exposição e sensibilidade à luz.

Assim, as fotos tendem a sair com melhor qualidade.

Bom lembrar que, por outro lado, os celulares utilizam recursos de computação do telefone para aprimorar as imagens finais.

MAIS ARMAZENAMENTO: no celular, as fotos disputam espaço com o sistema do telefone e os demais aplicativos.

Nas câmeras digitais, a adoção dos cartões de memória deixa a vida muito mais simples – se um encher de fotos e vídeos, basta colocar outro. Só não pode esquecer de descarregar as imagens no computador depois.

E MAIS BATERIA: as câmeras digitais permitem a troca da bateria por uma nova, cheia de carga– algo que é impossível em um celular atual. Mas é preciso comprar a bateria extra à parte, dependendo de cada modelo.

OUTROS RECURSOS as câmeras mais novas contam com bluetooth e wi-fi para se conectar ao computador ou ao celular, permitindo sincronizar imagens e copiá-las até mesmo em tempo real para outro aparelho.

Telas que se movem para a frente, para ajudar na hora da selfie e mesmo a capacidade de filmar na vertical (algo que era exclusivo do celular até pouco tempo atrás) são outros diferenciais.

E estabilização de imagem é outro recurso importante. Ele ajuda a deixar as fotos menos tremidas, principalmente em locais com pouca luz.

TIPO DE CÂMERA, já que nem todas as câmeras digitais são iguais. Veja as diferenças entre elas:

DSLR são aquelas usadas, no geral, por profissionais ou amadores mais entusiasmados. São câmeras grandes, que trocam de lentes e permitem controles manuais mais avançados na hora de dar o clique.

As DSLR têm um espelho mecânico entre o sensor e a lente, usado para refletir a luz da cena a ser fotografada para um visor óptico. Esse espelho também ajuda a proteger o sensor contra poeira na hora de trocar a lente da câmera.

São os modelos com os maiores sensores de imagem e qualidade muito acima de um celular.

Mirrorless são modelos que também oferecem controles mais avançados e permitem a troca de lentes. A principal diferença para as DSLR é a ausência do espelho mecânico, o que as leva a ter um corpo menor em comparação com as DSLR.

E, por conta da ausência do espelho, o enquadramento da foto é feito pela tela LCD na traseira e também por um visor eletrônico.

O sensor de imagem aqui também é menor, mas a qualidade ainda fica acima de um celular topo de linha, como o iPhone 14 Pro, por exemplo, que tem 48 megapixels de resolução.

Compactas: são câmeras digitais que não deixam trocar as lentes – tudo vem integrado em um corpo único.

Aqui vão de dispositivos simples sem zoom (como o da Kodak), básicos como a Sony W800, passando pelo zoom avançado da Nikon e chegando a câmeras portáteis com ótima qualidade de imagem – como os demais modelos da Canon e da Sony na lista.

Algumas permitem o uso de controles manuais e maiores ajustes na hora da foto, outras só fotografam em modo automático.

Em comparação com celulares topo de linha, os modelos mais caros podem gerar melhores imagens – mas existe uma grande chance de um iPhone 14 Pro ou Samsung Galaxy S23 Ultra (ou até mesmo um celular intermediário) fazerem fotos melhores que as câmeras mais baratas.

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