Inteligência artificial é utilizada para diagnóstico de AVC e reforço escolar no ES

No Espírito Santo, a tecnologia é usada para medir o nível de aprendizado do estudante e elaborar atividades específicas. Na saúde, a IA é usada para acelerar o diagnóstico de acidente vascular cerebral.

Por Naiara Arpini, g1 ES e TV Gazeta


Inteligência artificial já é realidade em escolas e hospitais do ES

A inteligência artificial (AI) busca reproduzir a inteligência humana em computadores por meio da análise de dados. No Espírito Santo, esta tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, contribuindo, por exemplo, para o diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em um hospital público da capital e até no reforço escolar de estudantes de uma escola da Serra, na Grande Vitória.

Por meio da inteligência artificial, softwares e robôs são capazes de perceber variáveis, tomar decisões e resolver problemas, operando em uma lógica semelhante ao raciocínio humano. E é esse mesmo mecanismo que está sendo empregado em vários processos na saúde e na educação.

Inteligência artificial é utilizada para reforçar aprendizado de estudantes no ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

De acordo com o pesquisador do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Otávio Lube, a IA não é algo relativamente novo na sociedade, mas está cada vez mais difundido no dia a dia.

"Muitas das soluções que a gente utiliza na internet hoje já utilizam esta tecnologia há algum tempo. Algumas empresas são treinadas a usar inteligência artificial, mas agora está acontecendo aquele boom. Eu diria que daqui a 20 anos a gente não vai mais ver nossa vida sem inteligência artificial", destacou.

Estudantes utilizam plataforma de gameficação para reforçar o aprendizado — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Um exemplo do uso da inteligência artificial acontece na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Hebert de Souza, localizada em Jardim da Serra, na Grande Vitória. Nas aulas de informática, os estudantes não usam cadernos ou lápis, mas acessam uma plataforma "gamificada" por meio dos computadores.

A plataforma, intitulada Jovens Gênios, é gamificada e automatizada com ensino adaptativo e inteligente. Essa gamificação nada mais é do que utilizar elementos de jogos para outros fins. Neste caso específico, serve para encaixar a atividade escolar em um jogo com o objetivo de ensinar. Ou seja, os aluno aprendem jogando.

A ideia de utilizar a gamificação na educação tem o propósito de motivar e engajar os alunos no processo de ensino e aprendizagem, bem como buscar alternativas para complementar as atividades escolares.

De acordo com a pedagoga Cristina da Vitória, a plataforma reforça um conteúdo que o estudante não aprendeu muito bem, uma espécie de reforço escolar. A gamificação é considerada uma estratégia de aprendizagem.

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IA é utilizada no reforço da aprendizado em escolas do ES — Foto: Reprodução/TV Gazeta

"O interessante é que ele pega esse raio-x e consegue identificar em qual nível de aprendizado que o estudante está. Então, ele propõe atividades relativas a isso, no nível dele. Não é nada muito fácil e nem muito difícil, mas especificamente no nível que o estudante está", disse.

A secretária de Educação da Serra, Luciana Galdino, explicou que a ferramenta está ajudando a recuperar o déficit de aprendizado causado na pandemia.

"As crianças aprendem de uma forma mais diversifica, de forma mais conectada e atrativa. A gente observa que o rendimento das crianças melhorou muito através dessa plataforma gamificada", disse.

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Diagnóstico de AVC

Equipamento do Hospital do ES dá agilidade ao diagnóstico de AVC — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Além da educação, outras áreas estão sendo beneficiadas pela IA, como a saúde. O Hospital Estadual Central (HEC), localizado em Vitória, na capital, utiliza um equipamento para dar celeridade ao diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral com tecnologia artificial.

De acordo com a neurologista Rúbia Sfalsin, assim que um paciente com suspeita de AVC chega à unidade, o software mostra na tela as regiões afetadas e qual a gravidade.

Equipamento que tem IA foi adquirido por hospital do ES em 2020 — Foto: Reprodução/TV Gazeta

"O neurologista tinha um pouco mais de dificuldade porque ele tinha que analisar, levando um pouquinho mais de tempo para saber quais eram as regiões afetadas pelo infarto. Isso levava um pouco mais de tempo e de expertise do profissional", disse a neurologista.

O Hospital Central, que é referência em atendimento neurológico, ganhou esta tecnologia em 2020, após participar de um estudo internacional.

'Cada minuto perdido são, aproximadamente, dois milhões de neurônios perdidos. Só com isso você pode imaginar quantas sequelas o paciente vai deixar de ter ao fazer um tratamento rápido", disse.

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