Ministro diz que governo diminuiu para R$ 1,6 bi o corte na verba das universidades federais

Em um oficio anterior enviado na última sexta-feira (27), a pasta havia informado que o corte seria de R$ 3,2 bilhões (equivalente a 14,5%). Liberação de metade do valor deve ocorrer ainda hoje.

Por g1 — São Paulo


Instituto Federal do Pará — Foto: Aldernor Filho

O ministro da Educação, Victor Godoy, disse em publicação no Twitter que o corte na verba destinada às universidades federais será de 7,2%, e não mais de 14,5% como informado em um documento anterior.

Com isso, cerca de 50% dos R$ 3,2 bilhões (R$1,6 bilhões) da verba para despesas de custeio e investimento para 2022 que haviam sido bloqueados pela pasta será liberado. Segundo a nota, a liberação deve acontecer ainda nesta sexta.

No primeiro ofício enviado às universidades na última sexta-feira (27), ao qual a TV Globo teve acesso, o MEC dizia ter sofrido um bloqueio de R$ 3,23 bilhões, equivalente a 14,5% de toda a verba de uso discricionário para este ano. E que decidiu repassar esse percentual de forma linear (uniforme) a todas as unidades e órgãos vinculados ao ministério – ou seja, bloquear 14,5% de cada universidade, instituto ou entidade ligada ao MEC.

"[...] foi efetivado na data de hoje, 27/05/2022, bloqueio da dotação atual em todas as Unidades Orçamentárias - UOs do MEC, na mesma proporção definida para o órgão, de 14,5%", dizia o documento enviado às reitorias.

O termo "orçamento discricionário" se refere aos valores que cada universidade pode definir como aplicar, excluindo despesas obrigatórias como salários e aposentadorias de professores.

Entram no orçamento discricionário os investimentos e as despesas de custeio – pagamento de bolsas e auxílio estudantil, contas de água e telefone, contratos de segurança e manutenção, por exemplo.

Verba para investimentos em universidades federais caiu 73% em dez anos

Teto de gastos e reajuste

O “teto de gastos” citado no ofício do MEC é a regra promulgada pelo Congresso Nacional, em vigor desde 2017, que impede a maior parte das despesas públicas de crescer em ritmo mais acelerado que a inflação oficial.

Como as despesas obrigatórias (salários e aposentadorias) crescem a cada ano, o governo tem um valor cada vez menor para destinar aos gastos discricionários – que, apesar de “facultativos”, também têm grande impacto sobre a execução dos serviços públicos.

Em anos anteriores, o governo já teve que recorrer a créditos extraordinários e retirar despesas do teto para conseguir cumprir a regra. Para 2022, além do crescimento “natural” das despesas, os bloqueios orçamentários ainda precisam acomodar a promessa do presidente Jair Bolsonaro de conceder reajuste salarial aos servidores públicos federais.

No último dia 20, o Ministério da Economia anunciou um bloqueio de R$ 8,2 bilhões no orçamento deste ano – valor que precisa ser detalhado no “Diário Oficial da União” até a próxima semana.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, informou no mesmo dia que um eventual reajuste de 5% para os servidores federais, no entanto, poderia elevar esse bloqueio para até R$ 16,2 bilhões.

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