O período de testes do PIX é um sucesso estrondoso, segundo João Manoel Pinho de Mello, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, durante webinar realizado nesta segunda-feira (9) pela Febraban. O novo sistema de pagamentos entrará em vigor no próximo dia 16, mas um período de testes teve início no dia 3.
Para fazer uma abertura controlada, o sistema está em fase de testes com poucos atuantes para evitar eventuais problemas quando foi lançado em todo o território nacional, problemas esses pontuais e que ocorrerão, nas palavras de Mello.
Leandro Vilain, diretor de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, comentou ficou surpreso que já neste período de teste ocorreram 57 mil transações só na última sexta-feira.
“É volume muito significativo para ambiente de testes”, disse Vilain. “Não teríamos levado à cabo o processo sem confiança na capacidade tecnológica das contrapartes privadas”, acrescentou Mello.
Entenda o que é e como vai funcionar o PIX
Segurança
Na avaliação de Mello, tudo que é novo desperta curiosidade, mas também receio. Porém, o PIX não tem muita diferença do cartão de débito, com limites em operações. “No PIX, no geral, vai ocorrer em um ambiente logado (celular), que conta com identificação biométrica, entre outras ferramentas de segurança. Todos os usuários quando fazem compra online devem tomar os mesmos cuidados com o PIX ou com TED, por exemplo”, aponta.
Vilain ressaltou que o usuário do PIX deve tomar os mesmos cuidados e ter a mesma atenção com esse novo sistema comparado ao que já faz em outros meios de pagamento. “Os bancos estão preparados para lidar com as questões de fraudes no PIX, e este ainda conta com camadas adicionais de segurança, como ao mandar os recursos aparece os dados do recebedor para ter certeza da operação. Mas sempre vale a recomendação de ter atenção no momento de transação”, disse.
Febraban diz que PIX não deve acabar com TED e DOC
No mesmo evento, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o PIX vai diminuir custos de transação, reduzindo o custo com manejo do dinheiro físico — que é de quase R$ 10 bilhões por ano — aumentando a liquidez.
Sobre uma eventual perda de receitas dos bancos com o PIX — que diminuiria, por exemplo, as transferências via TED e DOC — ele afirmou que essa é uma nova ferramenta, que vai conviver com as outras, assim como o cheque não desapareceu totalmente com o surgimento de outras tecnologias de pagamento.
“Não acredito que o PIX vai acabar com TEDs e DOCs. O objetivo do PIX é substituir transações em dinheiro e transferências de menor valor. O PIX deve ter um impacto mais limitado do que se especula nas receitas de tarifas dos bancos”, afirmou.