Em seus primeiros 4 meses de compartilhamento de informações financeiras de clientes de bancos, o open banking já registrou "em torno de 1 milhão de consentimentos para compartilhamento de dados", segundo o Banco Central (BC).
Lançado no início do ano, o sistema de compartilhamento de dados financeiros supervisionado pelo Banco Central começou a chegar de fato à população em agosto.
Nesta quarta-feira (15), entra em vigor a quarta fase e última fase de implementação do open banking, na qual as instituições financeiras poderão compartilhar dados de produtos relacionados a investimentos, dólar, seguros e previdência.
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De acordo com o BC, como o número de autorizações para compartilhamentos de dados autorizados pode incluir mais de 1 consentimento do mesmo clientes, ainda não é possível dizer que 1 milhão de brasileiros já aderiram ao open banking.
Mas apesar da adesão de poucos brasileiros até o momento, o Banco Central afirma que os números "estão dentro do esperado e superam o quantitativo visto" em outros países em igual período de implementação do open banking.
"Com o início da fase de compartilhamento de serviços de iniciação de pagamento e o surgimento de novas serviços e modelos de negócios nos trilhos do open banking, acreditamos que esses números continuarão a evoluir de forma sustentada", informou ao g1, em nota, o Banco Central.
Open Banking: veja quais dados podem ser compartilhados e quem pode ver
O open banking foi lançado com a promessa de estimular a competitividade e beneficiar os consumidores com a oferta de novos produtos e serviços financeiros. Mas todo e qualquer compartilhamento de dados só pode ser feito com autorização expressa do cliente, que decide que dados são compartilhados, com quem e por quanto tempo.
Adesão e primeiros resultados
Atualmente, são mais de 700 instituições autorizadas pelo Banco Central a participar do sistema funcionar. Em uma única plataforma integrada e segura, as diferentes instituições financeiras podem compartilhar dados de clientes e também se conectar para oferecer serviços como o de iniciação de transação de pagamento.
Segundo o BC, já foram realizadas aproximadamente 51 milhões conexões entre instituições financeiras ou com empresas desenvolvedoras de soluções e modelos de negócios desde o início do open banking.
O número de chamadas de APIs (Application Programming Interfaces, em português: Interface de Programação de Aplicações) vem crescendo mês a mês, saltando de 5,4 milhões em outubro para 12,7 milhões em novembro.
Apesar da adesão de poucos brasileiros até o momento, as autoridades afirmam que o open banking deve ser visto como um "projeto de médio a longo prazo" e que os potenciais ganhos para o consumidor serão concretizados com a "evolução natural do ecossistema" e oferta de novos serviços e produtos customizados.
"Já existem iniciativas, ainda incipientes, de agregação e comparação dos dados abertos... Além disso, temos visto aprimoramento nos processos de análise de crédito e de onboarding de clientes, bem como soluções de aconselhamento financeiro, processos que as instituições ainda estão aperfeiçoando. Também já temos iniciadores de pagamento autorizados e outros com pleito em análise pelo regulador", afirma o BC.
Serviços que serão incluídos na 4ª fase
Nesta 4ª fase, começará o compartilhamento de dados de produtos como investimento, câmbio, seguros e previdência complementar entre as instituições.
- A partir de 15/12/2021: as instituições poderão compartilhar informações de produtos e serviços ofertados, mas não poderão envolver dados de clientes.
- A partir de 31/05/2022: Dados financeiros pessoais do usuário que envolvam câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta poderão fazer parte do open banking, mas apenas se o usuário autorizar.
Na 1ª etapa, as instituições começaram a iniciar as trocas de informações cadastrais dos clientes e dados pessoais. Depois, foi a vez da troca de informações relacionadas a contas de movimentação e informações de operações de crédito e de cartões de crédito.
Já a terceira fase, em implementação desde 29 de outubro, passou a permitir que o cliente inicie pagamentos de contas e transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de um aplicativo intermediário e transferência por PIX.
"A fase 4 acontecerá em duas etapas: a partir de dezembro, as instituições poderão compartilhar informações de produtos e serviços ofertados, não envolvendo dados de clientes. Dados financeiros pessoais do usuário que envolvam câmbio, investimentos, seguros e previdência complementar aberta entrarão no Open Banking no ano que vem", explica a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).