Fazenda vê PIB com 'ritmo robusto' e deve revisar projeção de 2024 para valor acima de 3,3%

Segundo IBGE, o Produto Interno Bruto apresentou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre deste ano. Para o governo, a atividade econômica deverá crescer menos no último trimestre deste ano por conta do processo de alta dos juros.

Por Alexandro Martello, Guilherme Mazui, g1 — Brasília


Consumo e investimentos foram destaque no PIB do 2º trimestre — Foto: Getty Images via BBC

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) avaliou nesta terça-feira (2) que a economia seguiu com "ritmo robusto" de expansão no terceiro trimestre deste ano.

"O crescimento do PIB no terceiro trimestre foi superior à projeção exibida no Boletim Macrofiscal de novembro, realizada com base em indicadores coincidentes já disponíveis até 11 de novembro. Dessa maneira, a projeção do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024, atualmente em 3,3%, deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços", informou a Secretaria de Política Econômica, por meio de nota.

PIB do Brasil cresce 0,9% no 3º trimestre

Ainda de acordo com a área econômica do governo, o crescimento continuou forte mesmo com "menores impulsos fiscais" (gastos do governo), impulsionado pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos.

"A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem. A política monetária [alta de juros] mais contracionista deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos", acrescentou a SPE, do Ministério da Fazenda.

Ainda assim, acrescentou que "impulsos positivos" devem vir do mercado de trabalho, que deverá seguir resiliente, estimulando a produção e o e consumo das famílias.

"Para 2025, destaca-se a boa perspectiva para setores menos cíclicos, como a agropecuária e a produção extrativa. O bom desempenho dessas atividades deve ajudar a mitigar a desaceleração esperada para as atividades cíclicas, mais impactadas pelo aumento dos juros e pelos menores estímulos fiscais", concluiu o governo.

Repercussão política

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou o resultado do PIB nesta terça. Em uma rede social, Lula escreve: "Continuamos com o PIB crescendo e criando mais emprego e renda na mão dos brasileiros."

O vice-presidente Geraldo Alckmin também se pronunciou. Durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, ele destacou o papel da indústria na elevação do índice.

Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a nova alta do indicador, que superou as expectativas, "é mais uma prova de que é possível governar, cuidando de quem mais precisa, das contas públicas e dos investimentos. Seguiremos apostando no Brasil e trabalhando pelos brasileiros."

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, por sua vez, destacou a importância da responsabilidade fiscal. Em uma rede social, ela escreveu nesta manhã:

"O crescimento do PIB até setembro, em 3,3%, portanto acima das expectativas, mostra que o país está produzindo cada vez mais, gerando renda e emprego. Com medidas que promovam o equilíbrio das contas públicas vamos fortalecer a economia e garantir que as conquistas perdurem. É o Brasil avançando com trabalho e responsabilidade fiscal!"