As ações da Azul subiam mais de 15% nesta segunda-feira (28), após a companhia anunciar que chegou a um acordo com credores para obter um financiamento adicional.
A medida vem como parte da reestruturação que a empresa visa fazer para fortalecer o caixa e aliviar as preocupações dos investidores sobre a situação financeira da companhia aérea.
Pelo novo acordo com os detentores de títulos, a companhia aérea receberá US$ 150 milhões (R$ 854,5 milhões) nesta semana e outros US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão) até o final do ano, totalizando os US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões) que a empresa vinha tentando levantar.
O acordo, acrescentou a Azul, pode incluir outros US$ 100 milhões (R$ 569,7 milhões) em financiamento e uma possível troca de dívida por ações no valor de até US$ 800 milhões (R$ 4,6 bilhões), caso a empresa consiga melhorar ainda mais seu fluxo de caixa e reduzir seus custos em cerca de US$ 100 milhões por ano.
No começo do mês, a companhia já havia anunciado um acordo com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos para trocar cerca de R$ 3 bilhões em obrigações de dívida por emissão de novas ações da empresa.
O novo acordo foi considerado por analistas como fundamental para fortalecer a posição de caixa da companhia aérea.
"Isso é uma coisa muito bacana, porque vai fazer uma desalavancagem muito rápida da Azul", disse o presidente-executivo da companhia aérea, John Rodgerson.
"Essa é uma opção que agora eu tenho, e estou super confiante que eu vou pegar", acrescentou o executivo.
Ele destacou que entre as formas de a Azul atingir a redução de custos proposta estão negociações com arrendadores e fabricantes como Embraer, Airbus, GE e Pratt & Whitney, da RTX.
Rodgerson reconheceu que os acordos implicam uma diluição de capital, mas minimizou preocupações. "Claro que vai ter diluição, mas em uma empresa muito mais forte... É muito melhor que eu tenha um pedaço menor de um bolo bem maior", afirmou.
O anúncio desta segunda-feira, segundo a Azul, inclui também um acordo para melhorar o fluxo de caixa em US$ 150 milhões (R$ 854,5 milhões) por meio da redução de certas obrigações com arrendadores e fabricantes de equipamentos nos próximos 18 meses.