Dinheiro ou cartão? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens?

Para definir qual a melhor forma de comprar dólar para uma viagem, é preciso levar em consideração os objetivos de cada viajante. Conheça algumas das alternativas disponíveis no mercado.

Por g1 — São Paulo


Cédulas de dólar — Foto: Divulgação

Seja para viajar ou para investir, existem algumas opções disponíveis para quem deseja comprar dólar.

Além dos cartões pré-pagos e das casas de câmbio, existem ainda as contas globais, que aparecem como alternativas mais práticas e até mesmo mais baratas para as transações.

Para definir qual a melhor forma de comprar dólar para uma viagem, é preciso levar em consideração os objetivos de cada viajante.

Conheça algumas das alternativas disponíveis no mercado:

Casas de câmbio e bancos

Quem quer comprar dólar em espécie para viajar pode recorrer às tradicionais casas de câmbio ou bancos. O inconveniente, no entanto, é ter que carregar o dinheiro, com o risco de perdê-lo ou de ser roubado.

Vale a pena pesquisar, porque as taxas podem variar bastante. Além disso, o viajante também pode ter de pagar comissão ou taxas administrativas. A alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), no entanto, é sempre a mesma: 1,1%.

Mas atenção: ao perguntar o “preço do dólar” em uma casa de câmbio e em um banco, a tendência é que custe menos no banco. Porém, ao somar a taxa de transação bancária – cobrada pelos bancos –, o valor final acaba ficando mais alto que o da corretora de câmbio. A regra básica é dividir o valor da taxa pela diferença de preços entre corretora e banco.

Para localizar uma instituição autorizada, o aplicativo Câmbio Legal (para tablets e smartphones com sistema Android ou iOS), desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, ajuda a encontrar os pontos de câmbio em todo o país, utilizando informações fornecidas pelas instituições autorizadas a operar em câmbio. Por meio do app, também é possível consultar o Valor Efetivo Total (VET) cobrado em cada operação.

O Banco Central alerta para que não se utilize do mercado paralelo, que oferece riscos pois não há garantia de que a moeda estrangeira comprada seja autêntica e que, como não há recibo de compra para apresentação às autoridades de forma a comprovar a legalidade da posse e a origem da moeda estrangeira, o valor pode ser apreendido.

Ainda de acordo com o BC, ao utilizar o mercado paralelo de câmbio, há a possibilidade de misturar o dinheiro com recursos provenientes de tráfico de drogas, de armas e de outras atividades ilícitas, o que poderia provocar consequências indesejáveis.

Cartões

Quem prefere concentrar os gastos maiores nas viagens em cartões pode lançar mão dos de crédito convencionais ou dos de débito pré-pagos (conhecidos como “travel money”). As duas modalidades têm alíquotas maiores de IOF - 6,38%.

No caso dos cartões pré-pagos, o turista deposita um valor em reais que é convertido para o dólar de acordo com o spread e a taxa de câmbio praticada pela instituição. O recolhimento do IOF é feito automaticamente pelo banco ou corretora. Com ele, é possível realizar saques em caixas eletrônicos de onde estiver, ou utilizá-lo com a função de débito. Em caso de perda ou roubo, é só pedir o bloqueio.

Já no caso dos cartões de crédito, vale sempre o câmbio do dia em que a compra foi feita. Apesar de muito utilizado, o cartão internacional é um meio de pagamento caro por causa do IOF - que vai cobrar 6,38% em cada compra realizada.

Os cartões podem ser uma boa opção para quem não quer carregar o dinheiro em espécie, ou para quem junta milhas ou possui um bom programa de vantagens oferecido pelo banco.

Contas globais

Além das opções mais conhecidas, alguns bancos digitais oferecem a residentes no Brasil a possibilidade de abrir uma conta em dólar - o que possibilitará a realização de transações internacionais (como a compra de produtos ou serviços) na moeda escolhida.

Isso evita o custo de encargos tributários existentes na utilização de cartão de crédito no exterior e em cartões pré-pagos em moeda internacional. Entre estes bancos estão o Wise, C6, Nomad, Avenue e BS2.

Por que a taxa de câmbio pode variar de acordo com a instituição?

A taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações da moeda nacional. Seu valor é dado entre vendedores e compradores de cada moeda, sem interferência do BC. Ao Banco Central cabe a divulgação diária das taxas praticadas no mercado. Essa taxa é chamada Ptax, que serve como balizador de preço.

No país, os principais tipos de operações são o câmbio turismo, que diz respeito à compra e à venda de moedas estrangeiras para gastos pessoais (com viagens e compras, principalmente); câmbio comercial, utilizado em importação e exportação; câmbio financeiro, que envolve outros tipos de remessas de valores de ou para o exterior, tais como manutenção de residentes, pagamentos de cursos, reservas de hotéis e serviços no exterior.

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Vale destacar que o valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é mais alto.

O preço pago pelo dólar considera custos administrativos e financeiros. Um dos motivos para ser mais caro é que as pessoas físicas compram volumes menores que as empresas e outros bancos, então, os custos administrativos, proporcionalmente, são maiores nessas operações.

Mas há ainda as taxas de transação das corretoras, além do próprio lucro da casa de câmbio.

O turista comprar dólar comercial é proibido pelo Banco Central. O BC tem regras para compra e venda tanto do dólar comercial quanto do turismo.