Isenção de IR por doença grave só valerá para renda até R$ 20 mil, propõe governo; dedução de gastos com saúde segue ilimitada

Hoje, aposentados por problema de saúde grave ou acidente que recebem mais de R$ 20 mil são isentos de Imposto de Renda.

Por Alexandro Martello, Mateus Rodrigues, Lais Carregosa, Thiago Resende, Guilherme Mazui, g1 e TV Globo — Brasília


O pacote anunciado pelo governo nesta quinta-feira (28) para cortar gastos públicos inclui mudanças nas regras do Imposto de Renda para informações de saúde.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a regra que torna isentas pessoas com doenças graves será restrita apenas a quem ganha até R$ 20 mil por mês.

Quem tem rendimentos acima disso poderá declarar seus gastos de saúde e abater o imposto a ser pago – mas não teria mais direito à isenção completa.

Ainda de acordo com Haddad, a proposta não mexe nessa parte das deduções.

Governo propõe limitar isenções do Imposto de Renda por razão de saúde

Atualmente, quem faz a declaração completa do IR pode deduzir gastos com saúde e educação – ou seja, detalhar essas despesas para pagar menos imposto. A regra seguiria valendo.

"Hoje, uma pessoa que, independente da faixa de renda, que tenha aposentadoria e provento por moléstia grave está isento do imposto de renda. O que estamos dizendo é o seguinte: quem ganhar até R$ 20 mil segue isento, com moléstia grave; quem ganhar mais de R$ 20 mil não vai estar mais isento, mas vai poder seguir fazendo [dedução]", declarou o secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan.

Ou seja, as regras de dedução de despesas com saúde não mudaram. O que muda é que pessoas aposentadas por moléstia grave ou acidente que ganham acima de R$ 20 mil terão que deduzir seus gastos. Antes, elas não faziam isso porque tinham isenção.

As mudanças anunciadas pelo governo federal ainda serão enviadas ao Congresso Nacional e precisam ser aprovadas para entrar em vigor.

O governo também pretende mudar as regras para declaração de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. As pessoas nessa faixa de renda vão ter isenção de IR. Já quem ganha até R$ 7,5 mil terá alíquota reduzida.

"Nosso previsão que isso aconteça a partir de 2026, com um aproveitamento do beneficio para quem ganha até R$ 7,5 mil para que a gente não tenha uma quebra abruta para que, quem ganha R$ 5,1 mil não volte a pagar muito rapidamente muito mais Imposto de Renda do que quem ganha R$ 4,9 mil", disse Durigan.

O secretário disse ainda que quem recebe mais de R$ 7,5 mil terá isenção de imposto nos dois primeiros salários mínimos — conforme as regras atuais.

Segundo o governo, todas as mudanças no Imposto de Renda só entram em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026. Ou seja, nada muda na declaração de imposto a ser preenchida no ano que vem.