A décima geração da Honda CG chegou ao mercado há pouco mais de um mês, com novas configurações de motor, suspensão, freio e um novo visual.
No topo da lista das mais vendidas do país, a moto teve mais de 367 mil novos emplacamentos no ano até outubro, segundo dados dos distribuidores de veículos (Fenabrave) — um aumento de 6% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, o número ainda é três vezes maior do que o total de emplacamentos do carro mais vendido no país, o Fiat Strada, que registrou 116.090 novas unidades no ano até outubro.
Mas não é de hoje que a CG (do inglês, Citizen General, ou “cidadão geral” em tradução livre) está na mira de quem busca uma moto nova. Segundo executivos da marca, ela é um produto desenvolvido exclusivamente para o Brasil e é a moto mais vendida desde seu lançamento, há 48 anos.
2 pontos positivos e negativos da Honda CG 160
Dentre os fatores que explicam o bom desempenho das vendas de motocicletas, sobretudo da CG, é o preço mais acessível e a maior facilidade em conseguir crédito para um financiamento desse tipo de veículo quando comparado aos carros.
As novas versões da CG, no entanto, ficaram mais caras no modelo 2025. Veja abaixo:
Evolução do preço da Honda CG
Versão | Preço anterior | Preço modelo 2025 |
Start | R$ 14.650 | R$ 16.194 |
Cargo | R$ 15.970 | R$ 17.175 |
Fan | R$ 16.070 | R$ 17.723 |
Titan | R$ 17.440 | R$ 19.230 |
O g1 testou a configuração topo de linha da Honda CG e traz, nesta reportagem, os pontos positivos e negativos da moto mais vendida no Brasil. Você pode ver a ficha técnica ao final da reportagem.
Potência menor e novos catalisadores
A principal mudança técnica no motor da nova CG foi a adoção de dois catalisadores no sistema de escape. Essa foi a medida adotada pela Honda para que a moto ficasse dentro dos níveis de emissões de poluentes exigidos pelo Promot M5, programa de controle de poluição do ar.
Além disso, a motocicleta também ficou menos potente. Enquanto a linha 2024 tinha 15,1 cv de potência com etanol e 14,9 cv com gasolina, o modelo 2025 tem 14,7 cv com etanol (-0,4 cv) e 14,4 cv com gasolina (-0,5 cv).
Com gasolina, o torque permanece o mesmo da geração passada (1,4 kgfm), mas com etanol diminuiu em 0,1 kgfm, passando de 1,54 kgfm para 1,43 kgfm.
A Start, a única versão da CG que não aceita etanol, tem os mesmos números de potência e torque das demais versões quando abastecidas com gasolina.
Evolução em segurança e visual
Não foi apenas a motorização que recebeu ajustes. O design da moto também está mais agressivo, com carenagens mais vincadas desde a versão de entrada.
Isso só foi possível porque a Honda adotou uma tecnologia que tem utilizado em outras motos lançadas neste ano, como Sahara, Tornado, XRE e Bros: o tanque interno.
Quando o tanque fica escondido sob uma carenagem plástica, os designers têm mais liberdade para criar formatos, o que possibilitou uma evolução considerável no desenho da CG.
Nova Honda CG 160 2025
Todas as versões (Start, Cargo, Fan e Titan) também ganharam lanterna traseira de LED, a mesma utilizada na Bros, XRE 190 e Tornado.
No farol, no entanto, a luz de LED só está presente nas versões intermediária (Fan) e top (Titan). As demais continuaram com o farol antigo.
As versões mais turbinadas da CG também ganharam um painel de instrumentos estilo blackout, com um visual mais escuro, enquanto as versões de entrada (Start e Cargo) ficaram com o estilo tradicional, com fundo claro.
Em compensação, as quatro configurações passaram a ter indicador de troca de marcha no quadro de instrumentos, item cada vez mais importante no segmento.
Visualmente, ainda é possível identificar a Titan pelos grafismos na carenagem do tanque e também pelo parabarro dianteiro, que é na cor da moto.
As versões da CG 160 também têm diferenças em termos de segurança. No modelo 2025, as duas configurações de entrada e a intermediária chegam ao mercado com disco de freio na roda dianteira e freio a tambor na traseira.
A única versão que recebeu o freio antitravamento, o chamado freio ABS, foi a mais cara. Ainda assim, a tecnologia está presente apenas na roda da frente. A roda de trás tem disco de freio, mas sem ABS.
As concorrentes têm oferecido motos por esse valor e que já possuem ABS de dois canais. A Royal Enfield e a Shineray são dois exemplos que trazem a Hunter 350 (R$ 19.990) e a Storm 200 (R$ 18.990), respectivamente, com mais segurança na hora de frear.
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Suspensão reforçada
Assim como a Bros, a CG 160 2025 recebeu um importante aprimoramento na suspensão dianteira, que teve o diâmetro ampliado de 31 mm para 33 mm.
Com sistema de amortecimento mais robusto, dá para encarar os buracos com mais conforto, sem ser tão impactado pelos solavancos das irregularidades do asfalto.
As rodas são de 18 polegadas de liga leve em todas as versões.
Na prática: como é pilotar uma Honda CG?
Por ser uma City, categoria de motos urbanas com dimensões reduzidas, a CG acaba sendo mais fácil de pilotar.
Apesar de a altura menor poder dificultar a visão do painel de instrumentos para alguns motociclistas, o diâmetro da suspensão — que ficou 2mm mais largo — ajuda a trazer segurança para as mudanças de direção, enquanto a adoção do tanque interno permite que o centro de gravidade fique mais condensado no centro da moto.
Essa centralização do peso e do centro de gravidade diminui a necessidade de força que o piloto precisa fazer para retonar a moto à posição vertical após fazer curvas. Os amortecedores também ajudam a manter a estabilidade do veículo.
Outro ponto é que, mesmo com a perda de potência, a CG ainda traz um bom desempenho em baixas rotações.
Por fim, com uma boa relação entre o motor e o câmbio de cinco marchas, a Honda conseguiu deixar a CG entre as cinco motos mais econômicas do Brasil, com média de 45,9 km/l com gasolina (em circuito misto entre cidade e estrada), segundo testes do Instituto Mauá.
Ela só fica atrás de Honda NRX 160 Bros, que faz 47 km/l por conta da quinta-marcha mais longa, o que permite menor rotação do motor na estrada, reduzindo, por consequência, o consumo de combustível.
Além da Bros, apenas Pop (49,1 km/l), Elite 125 (49,9 km/l) e Biz (62,8 km/l) consomem menos que a CG 160.
Moto mais vendida do Brasil chega à décima geração
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