O herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, é uma doença que pode atingir, principalmente, a boca e a região genital. Não tem nenhuma relação com herpes, e o vírus é o mesmo da catapora, muito comum na infância.
Em entrevista ao podcast Bem-Estar, o dermatologista Alexandre Filippo ajuda a esclarecer as principais dúvidas sobre a doença.
Leia também
O que é herpes-zóster?
Herpes-zóster vem do mesmo vírus da catapora e atinge a parte nervosa das células. "Normalmente, essa catapora a gente pega na infância ou na vida bem jovem, e esse vírus vai ficar guardado dentro de um gânglio nervoso no nosso organismo", esclarece o médico.
Então, com o passar dos anos, com o envelhecimento do corpo e, consequentemente, do sistema imunológico, o vírus pode voltar a se manifestar e causar o herpes-zóster. "É uma doença diferente da catapora, mas causada pelo mesmo vírus", explica.
Especialista explica sintomas e tratamento da herpes-zóster
Quais os sintomas?
Alexandre Filippo diz que os sintomas podem ser bastante variados. Entre os principais, estão:
- queimação;
- ardência;
- fisgada;
- coceira;
- sensibilidade;
- dor;
- erupção na pele;
- e mal-estar.
Além disso, o dermatologista comenta que, por se tratar de uma infecção viral, é possível que o paciente sinta febre, sonolência ou perda de apetite. "Não é uma doença só da pele, é principalmente do nervo", pontua.
Como evitar a doença?
Em primeiro lugar, a boa notícia é que existe vacina para a doença. "Ninguém sabe o motivo exato, mas para ele aflorar, tem que ter um trauma, um baque nervoso, que é quando a nossa imunidade caia", alerta.
Os sintomas começam, normalmente, pela dor. Algumas pessoas, diz o dermatologista, até confundem com uma simples alergia e só procuram um médico quando os sintomas perduram.
Ele afirma ainda que os casos de herpes-zóster aumentaram muito pós-pandemia de Covid-19 e que, antes desse período, era mais comum ver em pessoas idosas.
Para um adulto que nunca teve catapora, por exemplo, a vacinação é imprescindível, sugere o especialista. "O herpes-zóster ou a catapora em um adulto é muito mais intensa que em uma criança", diz.
Transmissão e complicações
Não é possível transmitir herpes-zóster, mas sim, catapora. Isto porque, explica o médico, uma pessoa que nunca teve catapora e entra em contato direto com uma ferida de um paciente com o herpes-zóster, ela pode ser contaminada com o vírus e manifestar, então, a catapora.
"Quanto mais idade a pessoa tem, menos resistência ela vai ter. Então, nomermalmente, esse vírus vai ser mais agressivo. São as pessoas que mais carregam as complicações do herpes quando ele vai embora".
"Normalmente, aquelas bolhas que dão do herpes-zóster são ricas em vírus. Então, se você entra em contato direto com o conteúdo daquela bolha, com o líquido que sai, você não tendo tido catapora, você pode pegar catapora".
O dermatologista comenta também que o herpes-zóster não mata, mas que pode levar a complicações maiores por causar feridas abertas, que podem ser uma porta de entrada para bactérias.
Nos casos mais graves, se o paciente não cuidar, o nervo vai continuar sendo atacado pelo vírus e pode gerar sequela, como dores que incomodam muito.
Quem teve herpes zóster deve tomar a vacina?
De acordo com o dermatologista, no passado o vírus era mais comum em pessoas com a imunidade muito debilitada, como era o caso de pacientes com câncer e portadores do vírus HIV. O perfil de pessoas infectadas, no entanto, mudou com o passar dos anos, tornando a vacinação indicada mesmo se a pessoa já teve a doença.
"Hoje com essas mudanças no contexto mundial a gente já começa a ver pessoas saudáveis tendo mais de uma crise. Então existe um consenso de que a partir dos 50 anos a pessoa deve se vacinar, tendo tido ou não herpes zóster."