Há dois fins de semana, banhistas vêm sendo atacados por piranhas num balneário da Zona Sul de Macapá. O caso chama a atenção, pois no local não havia registro desse tipo de peixe. O g1 procurou a gestão do estabelecimento, mas eles ainda não se pronunciaram sobre o assunto.
Em um dos ataques registrados no último domingo (1º), uma criança de 10 anos precisou ser encaminhada ao hospital.
Ao g1, Juliana Oliveira, mãe da vítima, relatou que ela e a família foram até o balneário comemorar o aniversário do filho, mas a diversão deu espaço a um momento de tensão.
“Chegamos no local lá pelas 11h40, após almoçarmos levei ele para ir banhar, a maré estava rasa, e achamos uma parte que tem areias e pedras no fundo, e estava confortável para pisar [...] passado uns 15 minutos, minha irmã foi até lá, quando ela estava se aproximando ele começou a falar para ela que uma ‘cobra’ tinha mordido o pé dele, ele pediu ajuda e minha irmã puxou ele muito rápido para cima, quando ela olhou o pé dele tinha um ferimento muito grande”, detalhou Juliana.
Ainda segundo Juliana, antes do filho ser atacado, outra criança também já havia sido mordida.
“Antes de acontecer isso, a uns 20 minutos antes, uma menina na faixa de idade dele tinha sido mordida, mas as pessoas falavam que ela tinha machucado o pé em algum toco, ou algo assim. Com o machucado muito grande no pé, eu decidi levar ele para UPA na mesma hora, sangrava bastante”, relembrou.
De acordo com a Professora Ma. Neuciane Dias, do colegiado de engenharia de pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), nesses casos, a recomendação, de fato, é ‘correr’ para o hospital.
Segundo ela, em algumas situações o ferimento precisa ser suturado, além disso, é preciso verificar indícios de infecção.
Aviso à população sobre os ataques
No caso de Juliana, ela afirmou que não havia informações no local sobre os ataques. “Fiquei chateada, pois não havia nenhum aviso no local, e após dois serem mordidos, ninguém alertou os visitantes para não entrar na água, o que provavelmente gerou mais vítimas”, disse.
Já neste domingo (8), uma placa com letras em vermelho foi posta no local. Apesar disso, novas vítimas foram identificadas.
Sobre as piranhas
A professora Neuciane Dias explicou ao g1 que diferentes fatores podem estar influenciando no aparecimento desse tipo de peixe na região. Ela destaca que, se não houver um predador natural, a tendência é de aumento da espécie.
“Se de repente a população de 10 anos atrás ia para lá tomar um banho, não tinha esse tipo de encontro desagradável, é porque realmente não havia piranhas ali. Então, de repente, alguém que quis criar em casa, viu que não tinha condições, soltou o bicho ali, de repente alguma ave pousando em algum lugar que tinha piranha, carregou algum indivíduo de lá para esse local. Tem fatores que podem estar contribuindo para esses bichos estarem lá. Então, se não houver algo que controle essa população desses indivíduos lá, elas vão continuar e a tendência é só aumentar a população”, destacou a pesquisadora.
Neuciane relembrou ainda que a maioria dos ataques desses bichos ocorrem, pois a população não sabe da presença deles naquela água.
Em relação aos predadores naturais, estão entre eles: peixes maiores, jacarés, cobras, tartarugas, aves, lontras, onças, botos e humanos.
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